Muita gente confunde monogamia com monotonia. Como se escolher estar com uma única pessoa significasse abrir mão da surpresa, da paixão, do desejo. Mas a verdade é que não é a exclusividade que cansa, e sim a falta de curiosidade sobre o outro.
O tempo passa, e aquilo que antes era novo se torna rotina. A previsibilidade se instala, os dias se repetem, e de repente o amor que já foi vibrante começa a parecer morno. Mas será que a culpa é da monogamia ou da acomodação? Será que o problema está em estar com a mesma pessoa ou em parar de enxergá-la?
Relacionamentos longos exigem criatividade, presença, vontade de manter viva a chama do início. O segredo não está em buscar emoção fora, mas em reinventar o dentro. Redescobrir o parceiro, sair do piloto automático, investir em momentos que quebrem o óbvio. Pequenos gestos, conversas inesperadas, beijos que não sejam apenas despedidas, toques que não sejam apenas rotina.
Monogamia não precisa ser sinônimo de mesmice. A paixão pode continuar existindo, desde que seja alimentada. O desejo pode resistir ao tempo, desde que haja disposição para cultivá-lo. Porque a verdadeira emoção não está na troca de parceiros, mas na capacidade de se redescobrir dentro do mesmo amor.
Monogamia sem monotonia é uma escolha diária. É olhar para o outro como se fosse a primeira vez, mesmo depois de anos. É lembrar que um relacionamento não sobrevive sozinho – ele precisa ser cuidado, explorado, reinventado. Porque, no fim, o amor não morre por falta de possibilidades, mas por falta de atenção.
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