Num mundo apressado, distraído e barulhento, onde “ler é chato” virou quase moda, quem lê é quase resistência. Em meio a vozes que gritam por atenção fácil e recompensas instantâneas, o silêncio de quem mergulha nas páginas de um livro se torna um ato de coragem.
A gente escuta tanto: “ler dá sono”, “não tenho paciência”, “prefiro esperar virar filme”. E tudo bem, cada um com seu tempo. Mas existe uma beleza quase secreta em encontrar alguém que, no meio disso tudo, te diga: “me conta o que você está lendo?”.
É como descobrir um lugar seguro. Uma conexão rara. Porque quem pergunta isso, quer te conhecer além da superfície. Quer saber o que está alimentando tua mente, despertando tua alma, bagunçando tuas certezas ou curando tuas dores.
Livros são janelas. Quem lê, abre frestas onde muitos só enxergam parede. E quando alguém se interessa por essas janelas, está pedindo pra ver o mundo pelos teus olhos.
Não é sobre o título do livro, nem o gênero literário. É sobre o que te move. Sobre o que te emociona, te inquieta, te transforma.
E é assim, num gesto simples e amoroso, que a gente vai mudando o ambiente. Uma conversa por vez. Um incentivo por vez. Uma troca sincera por vez.
Cercar-se de quem valoriza o que te engrandece é como adubar o próprio jardim. De repente, você percebe que a solidão de quem lê vai sendo substituída por cumplicidades silenciosas — dessas que não precisam de muito, só de alma.
E o mundo? Ah, o mundo ainda pode parecer raso demais. Mas quando alguém te diz com brilho nos olhos: “me conta o que você está lendo”, você tem certeza de que há profundezas por perto.
Receba outras colunas direto em seu WhatsApp. Clique aqui.