Gente, confesso: li essa notícia e fiquei em silêncio. Aquelas histórias que a gente lê duas, três vezes, tentando entender se é real ou roteiro de um filme absurdo. Mas é real. Em uma lanchonete, um homem achou que uma mulher estava furando a fila com um bebê reborn — um boneco, segundo ele. Achou. Supôs. Decidiu agir com a delicadeza de um trator: deu um tapa no que ele acreditava ser uma boneca.
Mas não era boneca.
Era um bebê.
De verdade.
Agora o bebê está no hospital. E o agressor, na cadeia — onde, aliás, é o mínimo que deveria estar.
O que está acontecendo com as pessoas?
A internet criou especialistas em tudo, juízes de tudo, justiceiros de ocasião.
Todo mundo se acha no direito de apontar, de interferir, de agredir, como se viver em sociedade fosse um vale-tudo de impulsos descontrolados.
Mas isso vai além da indignação. Isso é um alerta.
As pessoas estão perdendo a capacidade de frear. De pensar antes de agir. De considerar que não sabem tudo, que podem estar erradas, que o mundo não gira em torno das suas certezas.
O cara não perguntou. Não observou. Não esperou.
Ele apenas acreditou em uma coisa e, em nome dessa “verdade fabricada”, partiu para a violência.
A gente precisa conversar seriamente sobre limites, sobre impulsividade, sobre essa arrogância coletiva que faz todo mundo se sentir no direito de invadir o espaço do outro.
Estamos vivendo uma epidemia de reações desproporcionais.
De gente que não dialoga, apenas revida.
De julgamentos sem escuta.
De agressões travestidas de “justiça própria”.
E sabe o que mais dói? O fato de um bebê, um ser completamente indefeso, ter sido vítima disso.
Se a pressa em julgar é maior que a disposição de entender, estamos perdendo o mais básico: a humanidade.
Respira. Observa. Pergunta. Se informa.
Depois — e só depois — aja.
O mundo já está cheio de impulsos. O que falta mesmo é compaixão.
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