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As pessoas não fingem ter depressão, elas fingem que estão bem

15/01/2025 06h02

Por muito tempo, eu mesma neguei estar com depressão. Não queria admitir para mim mesma que algo estava errado. Acreditei que bastava me esforçar um pouco mais, sorrir um pouco mais, empurrar os dias com a força que ainda me restava. Mas essa negação silenciosa não fez a dor desaparecer — ao contrário, ela cresceu dentro de mim, até tomar a forma de pensamentos suicidas.


Foi nesse momento que percebi: fingir estar bem para os outros é difícil, mas fingir para si mesma é insustentável. Admitir que eu precisava de ajuda foi um dos passos mais dolorosos e, ao mesmo tempo, mais libertadores da minha vida. A aceitação da doença foi o primeiro movimento de cura, e a partir daí, com força, paciência, fé e tratamento adequado, pude começar a trilhar um caminho para sair daquele buraco escuro.


Quantas pessoas passam pelo mesmo todos os dias? O Janeiro Branco nos lembra da urgência de falar sobre saúde mental, mas também nos alerta para algo ainda maior: o compromisso de reconhecer que é normal não estar bem. Precisamos criar espaços seguros onde as pessoas possam dizer, sem medo ou vergonha: “Eu não consigo lidar sozinha”.


A depressão não é frescura, preguiça ou uma tristeza passageira que o tempo resolve. É uma doença séria que exige tratamento, assim como qualquer outra. Ter pensamentos suicidas não é sinal de fraqueza, mas um grito silencioso de alguém que está esgotado de lutar sozinho. Por isso, o primeiro passo sempre será a aceitação: reconhecer que você precisa de ajuda, seja ela profissional, espiritual ou vinda de quem te ama.


O caminho pode ser difícil. É preciso força para enfrentar os julgamentos, coragem para se abrir, paciência para entender que a recuperação leva tempo, e fé para acreditar que existe luz no final desse túnel. Lidar com a saúde mental não é sobre “ser forte”, mas sobre ser humano.


Falar sobre isso não é apenas importante, é essencial. É hora de enxergar a saúde mental como algo tão relevante quanto o corpo físico. Conversar, escutar sem julgar, encorajar o tratamento e oferecer suporte fazem toda a diferença. Muitas vezes, só perguntar “como você está, de verdade?” já é um ato de amor e pode salvar uma vida.


Que neste Janeiro Branco e em todos os meses do ano, possamos entender que não há vergonha em pedir ajuda. Que o peso de fingir estar bem seja substituído pelo alívio de buscar e receber cuidado. Porque a vida, com todos os seus desafios, vale muito mais quando compartilhada, com leveza e sem máscaras.


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SIBÉLE CRISTINA
Coluna atualizada de segunda a sexta-feira
Sibéle Cristina Garcia é apresentadora do programa Mais Mulher na UniTVSC desde maio de 2008. Graduada em Pedagogia e Marketing. Pós-graduada em Sexualidade Humana e Sexologia. É especialista em Relacionamento Abusivo, comunicadora, terapeuta e encorajadora da liberdade feminina.
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