Amor é uma pontualidade que não precisa de relógio. Ele não se apressa e nem espera demais, porque sabe que o tempo certo não é algo que se controla, mas que se percebe, como o perfume de uma fruta madura.
O amor verdadeiro não é o fruto verde da ansiedade, aquele que a gente morde com pressa e sente o amargo de quem não soube esperar. Ele não precisa da urgência de quem teme perder, nem do desespero de quem não sabe lidar com o próprio silêncio. O amor no ponto certo não chega querendo respostas antes da hora. Ele vem com calma, com a leveza de quem sabe que para existir não precisa correr.
Mas também o amor não é o fruto apodrecido da culpa. Aquele que ficou além do que devia, guardado por tanto tempo que perdeu o viço, que deixou a doçura virar peso. O amor não se alimenta do passado e nem se conforma em sobreviver por pena ou obrigação. Ele sabe a hora de se despedir, se for preciso, para que possa ser lembrado pelo gosto doce que tinha.
Amar é saber o momento certo de entregar o sentimento, como quem oferece uma fruta no ponto exato, madura e generosa. É saber que nem o apressado, nem o atrasado serve para o que é verdadeiro. O amor só vive bem no tempo presente, quando não exige mais do que se tem e nem carrega o peso do que já passou.
É preciso paciência e respeito com o tempo do outro, com o ritmo que só o coração conhece. Porque o amor, quando chega no ponto, não pede nada além de presença. Ele é o fruto que amadurece no exato momento em que os olhos se encontram, na hora em que os corações finalmente se entendem.
O amor, como o melhor dos frutos, tem o gosto de quem esperou o suficiente — nem mais, nem menos.
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