A vida, ah… a vida é uma eterna gangorra entre o querer e o enjoar.
Oscilamos o tempo todo entre a ânsia de ter e o tédio de possuir.
Desejamos com toda força aquilo que ainda não é nosso. Um amor, uma conquista, um corpo, uma casa, um lugar ao sol. E quando finalmente conseguimos… algo esfria. O coração, antes em brasa, vira cinza morna.
Por que será?
Talvez porque o desejo nos movimenta. Nos tira da zona de conforto. Nos faz sonhar. Ter, por outro lado, nos acomoda. Possuir nos faz sentir seguros, mas também anestesiados.
Quantas vezes ansiamos por um relacionamento e, ao conquistá-lo, começamos a reclamar da rotina?
Quantas vezes corremos atrás de um emprego e, quando conseguimos, passamos a contar os dias para o fim de semana?
É como se fôssemos movidos por uma espécie de encantamento que se esgota no exato instante em que aquilo deixa de ser miragem e se torna concreto.
Mas não se trata de ingratidão. Trata-se de natureza humana.
Somos feitos de busca. De movimento. De inquietações.
A maturidade, talvez, seja aprender a agradecer pelo que temos sem parar de se permitir desejar.
A encontrar beleza na estabilidade sem deixar de se encantar com o novo.
A vida é feita desse ir e vir entre o entusiasmo da conquista e a calmaria do cotidiano.
E, no meio desse vai e vem, talvez a resposta esteja em não viver só para ter. Mas em aprender a ser.
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