Todo amante termina o caso. Sempre acaba. Por motivos mil, por medo, por culpa, por necessidade de “arrumar a vida”. Diz que é o fim, que não quer mais, que não vai mais. Fecha portas, corta linhas, evita encontros.
Mas a abstinência pesa. E logo, o telefone toca de novo, o coração aperta, o desejo reclama. E o que era fim vira recomeço — muitas vezes mais silencioso, mais cauteloso, mais sufocado.
Se antes o amante tinha exigências, condições, regras para aquele amor “proibido”, agora já aceita qualquer coisa. Um telefonema às escondidas, um café roubado no intervalo, um silêncio que dura dias e uma mensagem às três da manhã.
O que antes era desejo, vira necessidade. Não da pessoa amada, mas do próprio sentimento, da conexão, da fuga da solidão. A reincidência do amante é um ciclo de promessas quebradas e esperanças remendadas.
E quem ama de verdade? Será que aceita esse vai e vem? Ou será que também se adapta, apaga seus desejos para caber naquela relação de idas e vindas?
Amar um amante é navegar num mar de incertezas — onde o horizonte é sempre uma promessa e a âncora nunca segura.
Receba outras notícias pelo WhatsApp. Clique aqui e entre no grupo do Sul Agora.