A confiança é como um cristal: transparente, brilhante, inteira. Mas basta a primeira rachadura para que nunca mais seja a mesma. Porque, depois da primeira mentira, toda verdade vira dúvida.
Pode ser uma palavra mal colocada, um detalhe omitido, uma promessa quebrada. No momento em que a mentira se instala, algo dentro de nós muda. O que antes era certeza agora precisa ser revisado. O que antes era espontâneo passa a ser analisado com cautela. E, por mais que tentemos reconstruir, sempre haverá aquele pensamento incômodo: será que dessa vez é verdade?
A mentira não apenas engana, mas rouba a paz. Transforma relações em interrogatórios, palavras em armadilhas, sentimentos em cálculos. E quem mente, talvez nem perceba o tamanho do estrago. Porque pedir perdão é fácil. Difícil é devolver a pureza de um olhar que já aprendeu a desconfiar.
Por isso, a pior consequência da mentira não é ser descoberto. É saber que, a partir dali, sua verdade nunca mais terá o mesmo peso.
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