Raul Seixas, com sua voz rouca e alma inquieta, cantava isso como quem crava na vida um manifesto.
Porque olhar pra cima é teimar contra o cansaço, contra o cinza dos dias, contra a dureza do mundo. É um ato de resistência, quase de rebeldia — algo que Raul sempre carregou na pele, no som, no peito.
Olhar pra cima é dizer que, mesmo tropeçando, a gente quer ver o céu, as estrelas, as possibilidades. É desafiar o destino, a mediocridade, a mesmice.
Morrer de cabeça erguida, acreditando em utopias, em sonhos, em amores improváveis, é muito mais digno do que arrastar a vida com medo, de olhar baixo, aceitando migalhas.
No fundo, quem olha pra cima também carrega um pouco de Raul dentro de si: a certeza de que a liberdade custa caro, mas vale cada risco, cada cicatriz.
E se é pra morrer, que seja olhando pro alto — onde ainda mora o impossível, onde a alma voa, onde a vida grita.
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