Sexta-feira, 26 de abril de 2024
  • WhatsApp
  • Instagram
  • Facebook
  • Twitter
  • Youtube
  • Contato
Buscar
Fechar [x]

BLOGS E COLUNAS

Oscar 2021 - Um Oscar light, mas justo

26/04/2021 08h47

A 93ª edição do Oscar foi inusitada. Razões óbvias, uma vez que a indústria do cinema foi uma das mais atingidas pela pandemia, e 2020 não foi exatamente um ano de grandes lançamentos. Tanto que a própria academia se viu obrigada a rever algumas de suas regras, em especial em relação aos serviços de streaming, não muito bem-vistos, até então.


Mas, como já abordamos em colunas anteriores, se não fossem os streamings, não teríamos Oscar. Simples assim. Isto posto, vamos conversar um pouco sobre a premiação em si, bastante diversificada, e justa, a meu ver.


De novo, o campeão de indicações morreu na praia…


A exemplo do que aconteceu ano passado com “O Irlandês”, o campeão de indicações deste ano, “Mank”, ficou na saudade, levando apenas duas estatuetas das dez às quais foi indicado: design de produção e, surpreendendo, fotografia. Isso porque “Nomadland” era franco favorito nesta categoria técnica. E foi só. No entanto, a Netflix, responsável por “Mank”, conseguiu outros vários prêmios, como o de melhor documentário para “Professor Polvo”, curta-metragem para “Dois Estranhos” e animação em curta-metragem com “Se Algo Acontecer… Te Amo” (imperdível, a propósito). E claro, não posso esquecer das conquistas de “A Voz Suprema do Blues”, figurino e cabelo e maquiagem.


Da mesma forma, a Amazon Prime Video também não saiu de mãos vazias, ao contrário, já que faturou os prêmios de montagem e melhor som com o excelente “O Som do Silêncio”.


O que ficou, portanto, e não há mais como voltar atrás, é que os streamings vieram para ficar, e irão, sim, concorrer com os grandes estúdios pelas premiações de agora em diante. E em pé de igualdade.


Cerimônia inovou


Como parte da mudança do Oscar neste ano, a própria cerimônia teve que se adequar, tanto em local, quanto em quantidade de espectadores na plateia, e até mesmo na forma de anunciar as premiações.


Neste cenário, chamou a atenção o prêmio de diretor ter sido um dos primeiros da noite, muito bem entregue a Chloé Zhao, por “Nomadland”, diga-se, ao contrário de ser o penúltimo, como até o ano passado era. E claro, o fato de o principal prêmio da academia, o de melhor filme, que tradicionalmente encerrava a festa, ter sido o antepenúltimo anúncio, antecedendo os de atriz e ator, respectivamente.


Particularmente, não entendi o porquê desta mudança, e não gostei. Melhor filme tem que ser o último prêmio, a expectativa do público, da audiência, recai toda nesse anúncio. Antecipá-la, como foi feito, foi decepcionante. Tomara que repensem isso pro próximo ano.


Premiação justa, no geral…


Feitas as observações pertinentes, a premiação, no geral, foi justa. Bastante diversificada e espalhada, não tivemos um grande vencedor, um grande papa-prêmios, como foi visto em edições anteriores. E era mais ou menos previsível, dado o equilíbrio das produções envolvidas, suas temáticas, suas histórias e suas reflexões, e por isso não podemos dizer que foi injusto. Longe disso.


Por exemplo, “Soul” levou como melhor animação. Justo e esperado, era o grande favorito. Ator coadjuvante para Daniel Kaluuya, por “Judas e o Messias Negro”, merecidíssimo, aliás, seu trabalho já chama a atenção desde “Corra!”, quando foi indicado pela primeira vez. Agora levou. Já em atriz coadjuvante, saiu o prêmio que aqueceu o coração, pois deve ter atendido à torcida quase que de todo mundo, com a vovó de “Minari”, interpretada de maneira brilhante pela atriz sul-coreana Youn Yuh-Jung ganhando sua primeira estatueta.


Meu favorito não ganhou… mas tudo bem


Nesta parte final, vamos nos ater às categorias de filme, ator e atriz, pois não tenho todo o site para poder falar sobre todas elas… enfim…


A expectativa em torno do prêmio de melhor ator residia entre a brilhante e apoteótica atuação de Anthony Hopkins em “Meu Pai”, e a excelente performance de Chadwick Boseman em “A Voz Suprema do Blues”, esta segunda com a inevitável tendência, e até vontade, de se homenagear o ator, falecido ano passado com apenas 43 anos de idade, vítima de câncer, quando se tornou público, inclusive, que boa parte dos filmes feitos por ele, em especial “Pantera Negra” e o próprio “A Voz Suprema do Blues”, foram realizados já com a doença em estágio avançado.


No entanto, por mais antipático que possa parecer, o que estava se decidindo era a melhor atuação, entre os indicados, nas referidas obras. E, a meu ver, o prêmio de Anthony Hopkins é mais do que merecido. O que não significa que Boseman não tenha que ser homenageado e, principalmente, lembrado. Sempre! Ou, como seu mais famoso personagem diz, “Wakanda Forever!”


Por sua vez, o prêmio de melhor atriz era meio que barbada, uma vez que Frances McDormand nos entregou, de novo, mais uma aula de entrega, de dedicação, de fusão entre atriz e personagem com sua Fern, em “Nomadland”. Atuação irretocável, trabalho comovente e belíssimo. Oscar mais do que merecido.


Por fim, chegamos em melhor filme. Minha torcida era para “Meu Pai”, vocês sabiam. No entanto, o favorito era mesmo “Nomadland”. E aqui não tivemos surpresa. E é merecido, pois “Nomadland” é um senhor filme! Forte, educativo, impactante, com uma linha de condução impecável, tanto por parte da direção da oscarizada Chloé Zhao, como do elenco, formado apenas por dois atores. Os demais são pessoas da vida real, interpretando a si próprios, apresentando o mundo dos nômades ao… mundo.


Está bem entregue. Assim como estaria caso fosse o vencedor “Meu Pai”, ou “Judas e o Messias Negro”, ou “Os 7 de Chicago”, ou quem sabe “Minari”, ou ainda “O Som do Silêncio”… Como eu disse, ficou justo, ficou de bom tamanho. Agora, cabe a você ir atrás dos premiados, em todas as categorias, pois em um ano tão difícil como foi 2020, e tem sido 2021, infelizmente, o trabalho dessas pessoas merece muito ser visto, ser apreciado, ser consumido. Acredite, vai te fazer bem. Pode confiar.


Todos os premiados – Oscar 2021


- Filme: Nomadland

- Ator: Anthony Hopkins – Meu Pai

- Atriz: Frances McDormand – Nomadland

- Direção: Chloé Zhao – Nomadland

- Ator Coadjuvante: Daniel Kaluuya – Judas e o Messias Negro

- Atriz Coadjuvante: Youn Yuh-Jung – Minari

- Animação: Soul

- Documentário: Professor Polvo

- Curta-metragem: Dois Estranhos

- Animação em curta-metragem: Se Algo Acontecer… Te Amo

- Roteiro Original: Emerald Fennell – Bela Vingança

- Roteiro Adaptado: Florian Zeller e Christopher Hampton – Meu Pai

- Cabelo e Maquiagem: A Voz Suprema do Blues

- Som: O Som do Silêncio

- Efeitos Visuais: Tenet

- Montagem: O Som do Silêncio

- Fotografia: Mank

- Documentário em curta-metragem: Colette

- Filme Internacional: Druk (Dinamarca)

- Trilha Sonora Original: Soul

- Canção Original: Fight For You – Judas e o Messias Negro

- Figurino: A Voz Suprema do Blues

- Design de Produção: Mank  



CARREGAR MAIS
Agora Sul
  • WhatsApp
  • Instagram
  • Facebook
  • Twitter
  • Youtube
  • Contato
Sulagora.com. Tudo o que acontece no Sul. Agora. © 2019. Todos os direitos reservados.
Política de Privacidade

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.