Tive a honra de conversar com Luiz Stopassoli Júnior — ou, como todos o conhecem, simplesmente Alemão.
Ele é coveiro no Cemitério Central de Tubarão, um campo santo centenário, entre os mais antigos da região.
Trabalhar entre túmulos e despedidas não é para qualquer um. É um ofício que carrega silêncios profundos e histórias que muitos consideram inexplicáveis. Mas, com serenidade, Alemão revela: em mais de quinze anos de trabalho, nunca viu nem ouviu nada sobrenatural no território dos mortos.
Segundo ele, “quem morre não volta — nem assombra.”
Ainda assim, a morte não é o fim. Ele acredita que o final desta vida é apenas uma estação de passagem, uma ponte para a vida eterna — essa sim, reservada aos bons, honestos e justos.
No plano humano, o peso emocional da profissão é inegável. “Não é fácil”, confessa. Já se emocionou muitas vezes ao ver familiares em pranto, desfeitos de dor.
Afinal, ser coveiro é isso: estar ali, no instante mais duro da despedida — o momento em que a matéria se despede da vida que um dia abrigou.
Obrigado, Alemão, por partilhar conosco a dignidade silenciosa do teu ofício — e por revelar, entre lápides e lágrimas, um pouco da vida que ninguém vê.
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