Jorge Luiz Santana. Esse é o nome dele. E, por mais improvável que pareça, talvez seja a única certeza que ainda brilha com nitidez em sua vida.
De resto, tudo se perdeu: a famÃlia, o passado, as referências de si mesmo – tudo se desfez como neblina ao sol.
Jorge caminha pelo mundo com a memória esburacada e o coração intacto. Não bebe, não fuma, não se entrega a substâncias que entorpecem.
Há anos vive nas ruas – não por escolha, mas por desamparo. Ele mesmo se chama de andarilho – palavra que lhe veste com uma dignidade serena, quase poética.
Não pede, não impõe, não invade. Só caminha.
Em minha página, A Vida que Ninguém Vê, conversei com ele por alguns minutos, talvez nem isso. Mas bastou para perceber: Jorge é uma boa alma.
Há nele a pureza desprotegida de uma criança de oito anos aprisionada num corpo de adulto. Não carrega malÃcia, nem revolta.
É um dos muitos que a vida empurrou para fora de casa, para longe dos vÃnculos, por razões que escapam à lógica e à justiça.
É importante dizer: nem todos que estão nas ruas são viciados ou oportunistas.
Às vezes o que pesa é invisÃvel – um trauma, um abismo mental, uma quebra que o mundo não quis ou não soube consertar.
Jorge é um desses casos. Não é um marginal. É um menino esquecido, largado no meio do caminho.
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