Neste momento, estou sentado na cadeira da minha cozinha, observando o relógio do micro-ondas marcar exatamente 07:46h do dia 04 de maio de 2024. Segundo informações da defesa civil do estado do Rio Grande do Sul, o número de mortos em decorrência dos temporais que atingem o Estado subiu para 50. Além das vítimas fatais, há 68 desaparecidos e 74 pessoas feridas, afetando um total de 235 municípios e 351.639 pessoas.
Em 1974, o município de Tubarão, com uma população de 70 mil habitantes, foi atingido por uma grande enchente. Oficialmente, registrou-se 60 mil desalojados e 199 mortes, embora esses números possam ser ainda maiores devido à falta de precisão das informações da época.
Estou profundamente entristecido e solidário com o que o estado do Rio Grande do Sul está enfrentando, e espero sinceramente que essa situação seja superada o mais rápido possível. No entanto, ao observar a diferença exorbitante entre os números atuais dos 235 municípios afetados até agora no estado vizinho em comparação com a enchente de 1974 em Tubarão, pela primeira vez na vida, consegui imaginar o tamanho do sofrimento enfrentado pelos tubaronenses naquela época.
Se hoje em dia, com toda a capacidade de informação e rápida resposta das equipes de salvamento que temos, ainda há pessoas em algumas cidades gaúchas sofrendo, passando fome, frio e aguardando resgates nos locais atingidos apenas com as roupas do corpo, fico imaginando o horror que os tubaronenses passaram naquela época precária.
Eu não era nascido em 1974, mas nesta manhã de sábado, com 50 anos de atraso, não pude evitar sentir uma profunda dor no peito pelos meus conterrâneos. Tudo isso reforça o dever que temos de rememorar aquela tragédia. Não apenas para evitar que outras ocorram, mas principalmente para honrar os guerreiros que morreram e os que sobreviveram àquele cenário de guerra.
Força, Rio Grande do Sul!