Certo dia, eu conversava com um amigo sobre as paisagens naturais existentes na região e, entre tantas belezas que podÃamos destacar, eu revelei que achava impressionante e enigmática a Pedra do Frade, na praia do Gi, em Laguna. Eu pensei que ele concordaria comigo, mas foi grande a minha surpresa quando ele deu uma risadinha sarcástica, balançou os ombros e disse:
— Rapaz, aqui em Tubarão existe uma formação rochosa infinitamente mais intrigante do que aquela de Laguna. Se tu admiras a Pedra do Frade, vais ficar encantado com a Pedra do EquilÃbrio. É inacreditável! São duas pedras sobrepostas de um jeito que contraria a lógica e a gravidade.
E foi assim que minha curiosidade foi estimulada. Dias depois, eu preparei uma expedição solitária e fui procurar a tal Pedra do EquilÃbrio. Depois de uma longa e penosa caminhada por uma picada irregular e mal feita, que a cada novo passo me fazia perder o equilÃbrio, avistei a magnÃfica pedra em meio ao matagal.
Posso garantir que não foi exagero do meu amigo. A Pedra do EquilÃbrio de fato faz jus ao nome. Eu me aproximei com cautela e fiquei a uma distância que julguei segura, pois o centro de equilÃbrio entre as duas pedras é tão estreito que eu tive a impressão de que, se um ventinho qualquer soprasse, a pedra superior seria derrubada com certa facilidade.
Para chegar à Pedra do EquilÃbrio, localizada no bairro Sertão dos Corrêas, é preciso pedir informações aos moradores locais e também contar com a sorte, pois não existe uma única placa de indicação. A trilha de acesso está fechada pela vegetação, e aparentemente não há interesse do poder público por manter em condições de trafegabilidade para facilitar a visitação, fato que é tão misterioso quanto a própria pedra, considerando que estou a falar de um local de rara beleza e que, se fosse bem explorado, alavancaria o turismo no municÃpio.
Conhecer a Pedra do EquilÃbrio é uma sensação indescritÃvel. Mas, infelizmente, quase ninguém sabe que esse lugar existe. E quem conhece prefere não voltar a arriscar a enfrentar as dificuldades da caminhada repleta de incertezas e obstáculos.
A despeito de tudo isso, eu convido os leitores a conhecerem essa joia tubaronense. Quanto mais pessoas visitarem e divulgarem a misteriosa Pedra do EquilÃbrio, mais cedo ela sairá do abandono, pois assim os olhos apáticos e as mãos lentas do poder público se voltarão para lá.
Ao poder público, eu faço este respeitoso mas vigoroso apelo, esperando que os leitores desta crônica a compartilhem, colaborando para a valorização da Pedra do EquilÃbrio, essa preciosidade escondida no meio do matagal.