Um soldado japonês que lutou na Segunda Guerra levou quase 30 anos para ser convencido de que a guerra havia terminado. Hiroo Onoda escondeu-se na mata, nas Filipinas, sem que nada o convencesse de que a guerra já tinha acabado. Foi preciso que seu antigo comandante fosse até lá, em 1974, para revogar a ordem que tinha lhe dado em 1945, de que não deveria se render sob nenhuma circunstância, e se mantivesse firme até a chegada de reforços.
Este caso famoso virou filme no ano passado, chamado “Onoda”. O tenente Onoda foi o penúltimo soldado japonês a se render. O último se rendeu sete meses depois, na Indonésia. Teruo Nakamura também não sabia que a guerra havia terminado e viveu três décadas na selva, onde construiu uma cabana para morar e vivia de frutas e caça, à semelhança dos programas de sobrevivência do canal Discovery, até ser localizado em dezembro de 1974.
Quando vejo pessoas uniformizadas em frente aos quartéis, enroladas na bandeira e se comportando como se ainda estivessem em campanha, me lembro desses soldados japoneses. Fico imaginando quanto tempo levará para que estas pessoas sejam convencidas de que a batalha da eleição já terminou. Depois de ser resgatado, o tenente Onoda escreveu um livro sobre suas experiências e emigrou para o Brasil para criar gado. Não é piada, juro.