Na horda que invadiu os Três Poderes, na frustrada tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, uma figura ficou nacionalmente conhecida: a Fátima de Tubarão, que viralizou por ter sido filmada falando que usou o banheiro do ministro Alexandre de Moraes e dizendo: “Vamos para a guerra, vou pegar o Xandão agora”. No final, foi o Xandão que pegou dona Fátima.
Sabemos que a extrema-direita repete seus métodos mundo afora, e o que tivemos no Brasil foi uma repetição da tentativa de golpe feita por Trump e seus apoiadores nos Estados Unidos dois anos antes. Naquela invasão ao Capitólio, o Congresso norte-americano, uma figura usando chapéu de chifres, pele de urso e rosto pintado viralizou nos EUA e no mundo inteiro.
Trata-se de Jacob Chansley, que foi condenado pela Justiça americana a 3 anos e 4 meses de prisão pela invasão ao Congresso – uma das maiores penas aos invasores. Presa desde janeiro de 2023, Fátima Mendonça Souza foi condenada na última sexta-feira pelos ministros do STF a 17 anos de prisão. Isso que a Justiça penal norte-americana é mais rigorosa que a brasileira.
A maioria dos ministros condenaram d. Fátima por abolição violenta do Estado Democrático de Direito (5 anos e 6 meses de reclusão), golpe de Estado (6 anos e 6 meses de reclusão), associação criminosa armada (2 anos de reclusão), deterioração de patrimônio tombado (1 ano e 6 meses de reclusão e multa) e dano qualificado (1 ano e 6 meses de detenção e multa).
A prisão pelos dois primeiros crimes só fará sentido se no futuro a Justiça condenar também o mentor da tentativa de golpe. Se tudo acabar em pízza, deixando apenas os bagrinhos na cadeia e livrando sabemos quem, não fará sentido a condenação por abolição violenta do Estado Democrático e golpe de Estado - que precisa, necessariamente, de um mentor.
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