É só uma gripezinha, que vai matar "apenas" os idosos. A covid não infectaria atletas como nosso presidente. Foi o que Bolsonaro garantiu, sem ficar vermelho de vergonha, em pronunciamento oficial na TV e bolsonaristas repetiram bovinamente quando surgiu a peste. Não bastava a pandemia, instalou-se o pandemônio.
Assim que o vírus chegou e se espalhou rapidamente pelo país, surgiram termos como isolamento vertical e imunidade de rebanho, para convencer os pobres a se amontoarem no metrô e nos ônibus e irem trabalhar, pois não se podia deixar a economia para depois. Money é o que interessa, o resto não tem pressa. A saúde a gente vê depois.
Quando as primeiras mortes escancaravam a gravidade da pandemia, bolsonaristas espalhavam pelas redes sociais (onde mais?) fotos de caixões com pedras. Os hospitais estariam todos vazios, e deputados da bancada da selfie os invadiam para mostrar que a covid era uma invenção da extrema-imprensa, abutres do quanto pior, melhor.
Quando não se podia mais negar que os hospitais estavam lotados, e não havia mais vagas nas UTIs, bolsonaristas começaram a dizer que os pacientes eram todos diagnosticados com covid porque os hospitais ganhavam dinheiro do governo por paciente infectado. Distorciam números de cartórios para convencer ingênuos de que não morriam tantos de covid.
Veio a cloroquina, a ivermectina, o tratamento precoce, afinal a roda da economia precisava girar. Chega de frescura e mimimi. Toma o kit covid e vai trabalhar, p*. Mas as máscaras, que deveriam ter seu uso incentivado, pelo contrário, dizia-se delas que não deviam ser usadas porque provocariam privação de oxigênio e causariam danos neurológicos irreversíveis.
Finalmente vieram as vacinas, nossa salvação, mas negacionistas diziam que não foram testadas e fazem mal à saúde. Agora que chegou a vez das crianças serem imunizadas, dizem que elas causam diversos efeitos colaterais. Toda semana é uma fake news diferente, uma mentira atrás da outra. Esses vigaristas não dão folga. Se usassem essa energia toda para fazer o bem...
