Sábado, 20 de abril de 2024
  • WhatsApp
  • Instagram
  • Facebook
  • Twitter
  • Youtube
  • Contato
Buscar
Fechar [x]
SEGURANÇA
26/08/2021 10h05

Caso Raulzito: jovens tubaronenses relatam abusos sofridos na infância

Youtuber foi preso em Florianópolis e indiciado por estupro de menores

Pelo menos dois jovens de Tubarão teriam sofrido na infância abusos por parte do influenciador digital Raulino de Oliveira Maciel, conhecido como Raulzito, preso no dia 27 de julho deste ano, em Florianópolis.

Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, entre os meses de fevereiro e maio deste ano, o youtuber cometeu abusos sexuais contra duas crianças, de dez e 11 anos, por pelo menos quatro vezes, na residência de uma delas, em Niterói. Outros sete casos suspeitos foram denunciados em São Paulo, Paraíba e Santa Catarina.

Raulzito, que já morou em vários lugares do Brasil e do mundo, também já viveu em Tubarão. Em entrevista ao jornal Diário do Sul, um jovem de 29 anos relatou como conheceu Raulzito, como os abusos iniciaram e quais as consequências que os atos provocaram.

O primeiro contato entre eles aconteceu em 2001, na Cidade Azul. “Foi entre meus nove e 11 anos, pelos fatos que ocorreram na época e consigo me lembrar. Ele era parente de uma pessoa que vivia próximo e veio do Paraná para morar com eles”, explica o jovem.

Com o tempo, Raulzito teria conquistado a confiança da família e passou a se aproveitar disso. “Primeiro, começaram as carícias, presentes, depois foi avançando, desde beijos na boca, masturbação, até chegar no sexo. Lembro que uma das tentativas foi na casa dos pais dele, quando os mesmos moraram uma época na cidade”, relembra.

“Como ele era considerado uma pessoa de confiança, ele tinha liberdade para nos levar nos lugares. Lembro de abusos que aconteceram em parques aquáticos, em uma escola onde ele dava aula, na casa dos parentes dele. Foram anos de abusos e eu demorei bastante tempo para entender que não tinha maturidade para decidir ou perceber o que era certo ou errado”, ressalta a vítima.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As consequências dos abusos praticados na infância ainda perseguem o jovem tubaronense. “Ele antecipou muito a minha parte sexual, eu sempre me cobrei como adulto depois que aconteceu isso. Eu perdi a inocência, literalmente. Tive um relacionamento há pouco tempo e alguns toques me remetem imediatamente ao que ele fazia e acaba me travando. Consigo identificar quando uma pessoa usa o mesmo perfume que ele usava. Em terapia, eu percebi que isso mexeu muito comigo com relação à dependência em outras pessoas. Mas a prisão dele me deu um alívio. Sempre alguém pode ser evitado de ser abusado. Por isso, esse assunto tem que ser falado”.


Outro jovem também relata os mesmos abusos


Ao jornal O Dia, do Rio de Janeiro, um outro tubaronense, de 28 anos, também relatou que sofreu abusos por parte de Raulzito. Na época, ele tinha 11 anos. Com o tempo, ele passou a ser abusado e teve vergonha de contar. Os abusos só terminaram após dois anos, quando a família mudou de cidade.


Segundo o jornal, por conta do trauma, a vítima começou, ainda na adolescência, a usar drogas e ter tendências suicidas. Atualmente, continua em tratamento psiquiátrico. Abaixo, o relato que  o jovem deu ao jornal O Dia:


"Quando eu tinha meus 11 anos de idade, eu o conheci quando ele trabalhava numa loja de informática aqui em Tubarão. Eu o conheci por conta de uma gincana que tivemos no colégio, onde tínhamos que pegar adesivos de lojas, e eu fui na loja dele.


Ele sempre foi cheio de crianças perto e, como tinha outras, eu me senti seguro, e ele sempre teve videogames de última geração e, como eu sempre gostei disso, me sentia atraído.


Ele, então, foi se adentrando a conhecer a minha família, se tornou amigo da família e, coincidentemente, ele morava do lado do meu prédio, onde então teve dias que eu fui dormir na casa dele, mas nos primeiros momentos, mesmo dormindo na mesma cama, ele não tentava nada.


Porém, com o tempo, lembro como se tivesse acontecido hoje, quando estávamos deitados para dormir, ele começava a passar a mão em mim, me masturbava, e ficava roçando o pênis dele em mim, de conchinha digamos assim. E eu, com medo, porque eu tinha dado a certeza que ele não fazia, não falava isso pra ninguém.


Até que quando tinha 20 anos eu comecei com traços suicidas, fui internado numa clínica psiquiátrica (...), e foi a primeira vez que eu falei disso para alguém, meu psiquiatra, e consegui contar para minha mãe.


Passei por várias sessões de terapia, hoje consigo falar sobre isso por conta delas, mas eu nunca quis denunciar, pois além de não querer me expor, eu não queria reviver aquilo. Mais que qualquer pessoa sei o que essas crianças passaram, e o inferno desse trauma vai ser pra vida delas”.


Curta nosso Facebook e acompanhe tudo o que acontece no Sul. Agora: https://www.facebook.com/sulagora

Redação, com informações dos jornais Diário do Sul e O Dia - Foto: Reprodução
Agora Sul
  • WhatsApp
  • Instagram
  • Facebook
  • Twitter
  • Youtube
  • Contato
Sulagora.com. Tudo o que acontece no Sul. Agora. © 2019. Todos os direitos reservados.
Política de Privacidade

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.