A vida tem uma estranha habilidade de nos devolver aquilo que oferecemos ao mundo. Não importa se é um sorriso, uma palavra dura ou um silêncio carregado de desprezo — cedo ou tarde, tudo encontra o caminho de volta. É como se cada gesto fosse uma semente lançada ao vento, esperando o momento certo para germinar, seja em solo fértil, seja em terra árida.
Tudo o que você faz para o outro é, no fundo, uma encomenda para si mesmo. No instante em que a ação parte de você, ela já começa a moldar o que está por vir. E, por mais que não percebamos de imediato, o universo tem uma memória infalível. Ele guarda cada ato, cada palavra, cada escolha e transforma isso em um reflexo que inevitavelmente nos alcança.
Quando você oferece generosidade, ela volta como um abraço inesperado. Quando semeia gentileza, ela floresce em gestos de cuidado que aquecem a alma. Mas o contrário também é verdadeiro. A indiferença que você entrega volta como solidão. A maldade que você lança se transforma em amargura no seu próprio coração.
Às vezes, a volta é rápida, quase instantânea, como uma onda que quebra antes de se distanciar. Outras vezes, ela demora, tanto que você pode até esquecer a origem. Mas um dia, sem aviso, aquilo que você enviou aparece diante de você, muitas vezes transformado, mas inconfundivelmente seu.
É por isso que a vida exige consciência. Não é sobre temer o retorno, mas sobre escolher o que enviamos ao mundo. Porque, no final das contas, somos tanto o remetente quanto o destinatário. Cada ação não apenas impacta o outro, mas também nos define, nos constrói, nos transforma.
Então, antes de falar, antes de agir, pergunte a si mesmo: o que estou enviando? É algo que eu aceitaria de volta? Porque, inevitavelmente, tudo o que vai, volta. Não como punição, mas como um lembrete. Como um espelho daquilo que somos, daquilo que damos, e, sobretudo, daquilo que ainda temos o poder de mudar.
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