Dizer que a mulher ganhou o espaço que o homem cedeu é uma forma conveniente de maquiar a história. Como se a liberdade feminina tivesse sido um presente gentil, e não uma conquista arrancada a duras penas. A verdade é que, desde sempre, o patriarcado foi a estrutura que definiu quem podia falar, escolher, existir. E as mulheres, por séculos, tiveram que lutar para atravessar essas barreiras.
Se há um culpado, ele realmente começa na cabeça: no homem que usou seu poder para ditar regras, moldar comportamentos e limitar escolhas. O patriarcado não só criou homens que confundem autoridade com opressão, mas também mulheres ensinadas a aceitar migalhas como se fossem banquetes. E quando os homens se enfraqueceram - não na força física, mas na força de caráter -, o desequilíbrio se espalhou. Homens fracos geram mulheres desalinhadas, não porque elas precisem de um guia, mas porque a ausência de parceria genuína desestrutura qualquer relação.
O feminismo não é o oposto do patriarcado; é a resposta a ele. Não é sobre inverter papéis, mas sobre rasgar um roteiro escrito por mãos que nunca perguntaram se estávamos confortáveis com os nossos papéis. É sobre entender que o problema não é a mulher ter força, mas o homem ter medo dela.
Enquanto homens confundirem masculinidade com controle, e mulheres forem vistas como ameaças quando reivindicam seus direitos, o desalinhamento continuará. A solução? Homens que se reconstruam, mulheres que se libertem. Porque a verdadeira força está em caminhar lado a lado, sem medo de dividir o protagonismo.
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