Tem coisa que a palavra escrita não alcança. Tem nuances que o áudio não capta. E tem sentimentos que, por mais que a gente tente embrulhar em mensagens longas, não encontram pouso certo sem a presença. Porque todo encontro olho no olho muda tudo.
O que era para ser dito com firmeza, às vezes, se suaviza diante do olhar úmido do outro. O que parecia simples, ganha peso quando cruzamos com um par de olhos que carrega história. O que seria um “adeus” definitivo, se desfaz em um abraço silencioso. O que seria uma briga, vira entendimento sem necessidade de explicação longa.
Olho no olho é território onde as palavras perdem a pretensão de controlar o que se sente. É onde o corpo fala mais, onde o silêncio diz tudo. Onde a respiração entrega o que a língua esconde. Onde o gesto mais singelo corrige o tom da frase mal interpretada.
É no encontro que percebemos que a comunicação humana não é só sobre vocabulário — é sobre presença. Sobre estar inteiro, sobre oferecer atenção sem distração, sobre permitir que o outro nos veja por inteiro, sem edições.
Olho no olho corrige exageros, ameniza distâncias, conserta rachaduras e, por vezes, confirma o que a gente já sabia, mas não tinha coragem de admitir. É nesse cruzar de olhares que as palavras, mesmo as mais bem planejadas, ganham ou perdem o sentido.
Por isso, sempre que puder, escolha o encontro. Ele altera o destino das palavras — e, muitas vezes, o rumo da própria vida.
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