Sexo é intimidade, dizem. É o encontro de corpos, pele na pele, respiração entrecortada, movimentos que criam uma dança única. Mas será que é o ápice da intimidade? Ou será que existe algo ainda mais profundo, mais nu do que o próprio corpo?
Porque, veja bem, sexo pode ser físico, mecânico até. Pode acontecer sem troca de palavras, sem olhares que se conectem de verdade. Um ato que, muitas vezes, não desbrava o território mais desafiador: o interior do outro.
A intimidade mais verdadeira acontece em momentos que nem sempre percebemos como grandes. É na vulnerabilidade de ser quem se é, sem filtros, sem armaduras. É quando alguém te olha no fundo dos olhos e diz algo que nunca contou a ninguém. Quando você permite que vejam a sua bagunça — e eu não falo da casa, mas da alma.
É mais íntimo dizer “eu não sei” do que sussurrar “eu te desejo”. É mais corajoso mostrar suas fraquezas do que tirar suas roupas. É mais profundo dividir seus medos, seus sonhos e até aquele segredo que você nunca teve coragem de admitir nem para si mesmo.
Intimidade é quando alguém vê suas feridas e não se assusta. Quando você abre um capítulo inacabado do seu passado, e a pessoa decide ficar para ajudar a escrever o resto. É sentir-se confortável no silêncio, sem a necessidade de preencher os vazios com palavras.
Sexo é contato, mas a verdadeira intimidade é conexão. É atravessar as barreiras que o corpo impõe e tocar o coração do outro. Não exige pressa, não segue roteiro. E, muitas vezes, acontece nos momentos mais inesperados: em uma conversa despretensiosa, em um abraço que dura um pouco mais ou no riso compartilhado diante de algo bobo.
O mais íntimo não é o que você mostra, mas o que você entrega. Não é o corpo que se expõe, mas a alma que se revela. E, para isso, é preciso mais do que desejo. É preciso coragem.
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