É difícil se perdoar por todas as vezes que você aceitou ser desrespeitada só porque queria se sentir amada.
Pela palavra atravessada que você fingiu não doer. Pelo sumiço injustificável que você aceitou como normal. Pelos pedidos de desculpa vazios que você recolheu como migalhas de afeto. Você queria tanto ser amada que fez vista grossa para as faltas, se encolheu para caber, silenciou quando deveria ter ido embora.
E agora, quando olha para trás, se pergunta: como pude deixar isso acontecer? Como aceitei tão pouco, quando merecia tanto?
A resposta é dura, mas verdadeira: porque, naquele momento, você acreditava que era o melhor que podia ter. Porque achava que amor era aquilo — espera, angústia, medo de perder. Porque te ensinaram que amar era suportar, insistir, se moldar ao outro.
Mas agora você sabe que não.
E o perdão por ter se permitido menos do que merecia não vem de um dia para o outro. Ele vem aos poucos, na medida em que você aprende a se tratar com mais respeito, a não aceitar menos do que dá, a entender que amor nunca deveria doer.
Você não pode mudar o que passou, mas pode escolher o que aceita daqui para frente. E isso, por si só, já é um ato de amor-próprio.
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