Ser autêntica é viver na contramão de uma sociedade que preza pela uniformidade. É como andar descalça em um chão cheio de julgamentos, sentindo cada pedrinha da opinião alheia. Sempre fui assim. Sempre disse o que penso, fui quem sou, sem me dobrar às expectativas que outros insistem em impor. Mas não se engane, isso tem um preço. E é alto.
A autenticidade incomoda. Ela grita onde os outros preferem o silêncio. Expõe onde muitos escolhem esconder. E, talvez, esse seja o motivo de tanto desconforto: a minha verdade é como um espelho, refletindo aquilo que os outros temem mostrar ou encarar em si mesmos. Sou julgada porque não vivo para agradar, não me moldo para caber em caixas que nunca foram feitas para mim.
Já me disseram que sou teimosa, difícil, até arrogante. Mas será que é teimosia, ou apenas a firmeza de quem não se quebra para manter os outros inteiros? É difícil, sim, mas para quem não sabe lidar com alguém que vive de forma tão visceralmente verdadeira. E arrogância? Talvez seja apenas a força de quem aprendeu que agradar a si mesma vale mais do que conquistar o aplauso de uma plateia hipócrita.
O curioso é que os julgamentos nunca vêm de quem tem coragem de viver com autenticidade. Esses, quando me encontram, reconhecem a força por trás do que aparenta ser dureza. Eles sabem que ser autêntica não é uma escolha confortável. É um ato de resistência em um mundo onde tanta gente prefere máscaras ao invés de rostos.
Sim, ser autêntica tem um preço alto. Mas o custo de não ser eu mesma seria ainda maior. Prefiro ser julgada do que aprisionada em versões de mim que não existem. E, no fim das contas, a autenticidade é solitária, mas é também libertadora. Ela me dá a paz de dormir sabendo que, mesmo julgada, sou inteira. E que a minha verdade, por mais que incomode, nunca será uma mentira.
Então, para quem me critica, lamento — ou melhor, não lamento. Porque a minha autenticidade não está à venda. Eu sou assim: de verdade, sempre.
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