Encerrar um ciclo, qualquer que seja, é um ato de coragem. Requer força para admitir que o “nós” já não é mais sinônimo de harmonia e que o que antes era admiração agora se desgasta em pequenas frustrações diárias. Mas, mais do que isso, exige sabedoria para entender que estender algo já gasto pode transformar o que foi amor em mágoa, e o que foi respeito em rancor.
Todos nós conhecemos histórias de casais que insistiram até o último fio de paciência, até que as palavras se tornaram ásperas e os olhares perderam o brilho. E, talvez, você já tenha vivido isso. Amar é um risco, mas se manter onde o amor acabou é um salto no abismo. A pior versão de alguém costuma surgir não porque era inevitável, mas porque se demorou demais a fechar a porta que protegia o vínculo da ruína.
Separar enquanto ainda existe respeito não é fraqueza, é cuidado. É aceitar que o amor que une também precisa de espaço para partir, e que se agarrar ao que não funciona mais é uma forma de crueldade. Encerre o ciclo com ternura, enquanto há espaço para o carinho nas lembranças e para um sorriso ao se recordar do que viveram. Insistir além do limite pode transformar as melhores memórias em amargura.
Respeitar o outro, no fundo, é respeitar a si mesmo. É ter a coragem de dizer: “Chegamos até aqui e foi lindo, mas nosso caminho juntos precisa de um ponto final.” Porque encerrar não é um fracasso. É uma chance de preservar o que foi bonito antes que as palavras ditas, ou não ditas, estraguem tudo.
Se o amor já não floresce mais, se o respeito está por um fio, talvez a escolha mais amorosa seja partir antes que você ou o outro se tornem irreconhecíveis. Feche o ciclo enquanto ainda dá tempo de guardar o melhor da história e seguir com gratidão, em vez de arrependimento.
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