Eles estavam ali, num cantinho qualquer do café. Nada de exageros. Nada de poses ensaiadas para as redes sociais. Não eram modelos de revista, nem protagonistas de filme. Mas tinha algo neles que fazia todo mundo olhar — e sorrir, sem querer.
A conversa fluía leve. Os olhos se encontravam mais vezes do que os copos. Os risos vinham fáceis, limpos, como se compartilhassem uma piada interna que o mundo não tinha acesso. Nenhuma necessidade de provar amor. Nenhuma cobrança disfarçada de carinho. Eles estavam simplesmente… bem.
E isso, num mundo apressado e cheio de amores aflitos, é quase um escândalo.
Sim, um casal feliz incomoda — não por arrogância, mas por ser raro. Em tempos em que relações se tornaram disputas silenciosas, estratégias de poder ou refúgios do medo, ver duas pessoas felizes de verdade soa quase provocação. Dá vontade de saber o segredo. Ou, pra quem anda amargo, de duvidar da autenticidade.
Mas a verdade é simples: a alegria compartilhada entre duas pessoas tem um brilho que não se fabrica. Um casal feliz não grita, mas ecoa. Não aparece, mas se destaca. Eles não estão tentando chamar atenção — é o mundo que não consegue desviar o olhar.
Porque a felicidade real não é barulhenta, mas ressoa. É um escândalo sutil que invade o ambiente como música boa: a gente não sabe explicar, só sente.
E ali estavam eles, sorrindo um para o outro, alheios aos olhares curiosos ao redor. Sem saber, eram esperança. Um lembrete de que ainda existe amor leve, parceria sincera, afeto sem performance. Que a alegria, quando é de verdade, não precisa de filtro. Ela escapa pelos olhos, pelo riso, pelo toque, e toca quem estiver por perto.
Casal feliz chama atenção sem perceber.
A alegria é um escândalo. E que bom que seja.
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