Não é que a gente fique mais infeliz com a idade. É que, com o tempo, aprende a não aceitar qualquer migalha de alegria.
Quando somos mais jovens, nos contentamos com qualquer coisa que brilhe. Um amor que nos nota, mesmo que mal nos enxergue. Uma amizade que nos tolera, mas não nos acolhe. Um trabalho que paga as contas, mas esmaga os sonhos. Aceitamos porque parece suficiente, porque nos ensinaram que a vida não é perfeita e que felicidade demais pode ser excesso de expectativa.
Mas os anos passam, e com eles vem a maturidade que desmascara as ilusões. Descobrimos que amor pela metade não aquece, que amigos sem entrega não sustentam, que viver sem propósito é como andar em círculos. Não nos tornamos mais infelizes — só aprendemos a reconhecer o que não nos faz felizes de verdade.
A diferença é que agora queremos presença, não só companhia. Queremos profundidade, não só distração. Queremos paz, não só euforia passageira.
Talvez seja isso que confundam com tristeza. Mas não é tristeza. É critério.
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