“Quem poupa o lobo, sacrifica as ovelhas.” A frase de Victor Hugo é direta, sem rodeios, e carrega um peso que muitas vezes relutamos em aceitar. Porque, no fundo, somos treinados a acreditar na bondade alheia, a esperar que o lobo mude, que ele descubra o remorso, que a maldade seja uma fase passageira. Mas, enquanto esperamos, o estrago acontece.
O lobo, aqui, é tudo aquilo que ameaça o que é bom, justo e saudável na nossa vida. É aquela pessoa que cruza seus limites sem hesitar, é o comportamento tóxico que você tolera para evitar conflito, é o ambiente que corrói sua paz enquanto você finge que está tudo bem.
Mas proteger as ovelhas — proteger o que é precioso — exige firmeza. Exige dizer “não” sem culpa, afastar o que machuca, mesmo quando isso parece duro ou até cruel. Porque tolerar o lobo nunca é inofensivo. É aceitar que o mal continue agindo, que o que é bom pague o preço da sua hesitação.
Ser firme com seus limites não é um ato de egoísmo, mas de preservação. É entender que, às vezes, a bondade não está em tentar salvar o lobo, mas em proteger as ovelhas. Porque, quando você escolhe poupar o que te faz mal, é o que te faz bem que sofre as consequências.
E se isso exige coragem, que seja. Porque o que é bom, justo e verdadeiro merece ser defendido — sempre.
Receba outras colunas direto em seu WhatsApp. Clique aqui.