Ninguém entra na sua casa sem a sua permissão. Ninguém atravessa a porta, mexe nos seus móveis ou desorganiza os seus espaços se você não der a chave. Mas, é claro, isso não é sobre casas.
A nossa “casa” é a nossa mente, o nosso coração, o território sagrado que somos nós. E, muitas vezes, entregamos a chave de nós mesmos a pessoas que não merecem nem sequer ficar no portão. Permitimos que invadam, remexam, desarrumem. E depois, quando nos encontramos em meio à bagunça, nos perguntamos como deixamos isso acontecer.
A verdade é que ninguém tem poder sobre você sem a sua autorização. Ninguém pode fazer você se sentir insuficiente, pequeno ou culpado sem que você abra a porta para essas emoções. Claro, nem sempre é fácil perceber quando estamos entregando essa chave. Pode começar com uma palavra que ignoramos, um comportamento que relevamos, uma crítica que aceitamos sem questionar. Aos poucos, deixamos que o outro se acomode nos espaços mais preciosos de quem somos.
O aprendizado, porém, está em compreender que você tem o controle. A sua “chave” não deve ser entregue levianamente. Ela é um privilégio, um símbolo de confiança. E, se alguém não respeitar as regras da casa, você tem todo o direito de mudar as fechaduras.
Esse tipo de proteção não é egoísmo, é autovalorização. É entender que você é responsável pelo ambiente que habita, seja físico ou emocional. Afinal, quem respeita a sua casa não bagunça; quem ama, cuida.
Portanto, vigie a quem você entrega a sua chave. E se, em algum momento, perceber que ela foi parar nas mãos erradas, lembre-se: você pode sempre retomá-la. Sua casa, suas regras. E dentro dela, só deve ficar quem contribui para a sua paz.
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