Sábado, 24 de maio de 2025
  • WhatsApp
  • Instagram
  • Facebook
  • Twitter
  • Youtube
  • Contato
Buscar
Fechar [x]

BLOGS E COLUNAS

Parsival e a lenda do Graal

20/10/2023 06h39

Parsival é o nome de um personagem criado em 1180 pelo escritor francês Chrétien de Troyes. Obteve uma aceitação tão surpreendente que foi adaptado em diferentes versões e em vários idiomas. Wolfram von Eschenbach compôs seu Parsival, oriundo de Chrétien, por volta de 1210.


A história é assim relatada: Parsival é filho de um nobre cavaleiro que morreu durante uma batalha. A mãe, com medo de perdê-lo, refugiou-se numa floresta. Quando o jovem cresceu, decidiu ser um cavaleiro como o pai e, por não conseguir mudar seu destino, a mãe acabou morrendo de desgosto pela separação.


Parsival era considerado um tolo, pois acreditava que poderia fazer qualquer coisa para ser um cavaleiro da Távola Redonda. Transformou-se em um ser insensível, frio e egoísta. Mesmo assim (por obra do destino), ele consegue ser cavaleiro.


Rei Artur já conhecia, através do Mago Merlin, o destino de Parsival, mas não entendia como Deus poderia ter enviado um homem tão despreparado para proteger dos impuros algo tão precioso como o Graal. Assim, Parsival conseguiu transpor o mundo real para o universo mágico do Santo Graal, onde nenhum mortal havia conseguido penetrar.


Desconhecendo as causas que o levaram até o Castelo do Graal, não imaginava que o fato de não ter formulado uma pergunta-chave para o rei assim que chegou fez com que imediatamente todo o reino (mágico e terreno) sofresse, pelo fato de ter sido egoísta.


Diante de todo tipo de desgraças e moléstias que começaram a acontecer, os habitantes do Castelo do Graal decidiram ignorá-lo. Parsival partiu e tornou-se um peregrino, à procura do conhecimento e de respostas para entender o que poderia ter feito de errado para ter sido expulso de um lugar tão mágico.


Conheceu um sábio eremita chamado Trevrizant e obteve todo o conhecimento necessário para desfazer o mal-entendido e, assim, revitalizar tanto o reino do Graal, como do Rei Artur.


Após ter aprendido o que representava ser o zelador do Graal, além de ter passado por todas as provas concedidas pelo ermitão, com humildade e sabedoria, conseguiu uma nova chance e o mundo mágico abriu-se novamente para ele.


Desta vez, conseguiu formular a pergunta correta no Castelo do Graal, salvando o rei de uma doença até então incurável, tornando-se o soberano da tradição secreta, devolvendo a prosperidade ao mundo real de Artur. Esta história foi utilizada com certo fascínio pelos trovadores dos séculos XII e XIII.


Mas por que existe um interesse excepcional, que é sustentado durante séculos por esta história, além de tudo que envolve o mistério do Graal? A resposta é simples: o mito explica o poder da libertação do espírito que o ser humano anseia. Parsival está ligado aos tesouros eternos do inconsciente coletivo. As informações jorram aqui e ali no meio de torneios, castelos, reis e rainhas.


O conteúdo da história refere-se à "busca de uma preciosidade - o Graal - e a libertação de um feitiço". O conteúdo do livro sobre Parsival foi, por muito tempo, uma espécie de código da maneira cavalheiresca de viver que surgiu no século XII e obteve muita popularidade. Nesses tempos, a mulher exercia uma extraordinária influência nos costumes e na cultura da época, pois era a musa inspiradora.


No Renascimento a história foi esquecida e no século XVIII o tema voltou ao interesse geral. Finalmente, no século XIX, Wagner expressou através da ópera uma obra discutida e admirada no mundo inteiro.


A história de Parsival - lenda do Graal não foi verificada apenas na arte, mas em muitas ordens secretas como dos Templários, Cátaros, Rosacruzes, além da Gnose, Antroposofia e Maçonaria.


A simplicidade de Chrétien de Troyes - e posteriormente de outros autores, como Wonfram von Eschenbach - permite reconhecer que quem escreveu esta história não era um clérigo, doutor, tampouco um poeta, mas um leigo que, de forma comovente, se esforçou em transcrevê-la, concedendo à obra um encanto incomum.



MONICA BUONFIGLIO
Magia dos Anjos - Coluna atualizada aos sábados
Monica Buonfiglio é editora e escritora, com 50 livros publicados. É também comunicadora da Rádio Mundial. Foi recordista de vendas, permanecendo na lista dos mais vendidos com três obras no ranking de best-sellers. Seus livros foram lançados também em outros países. Recebeu vários prêmios e homenagens por sua contribuição à cultura e educação no Brasil e no exterior.
CARREGAR MAIS
Agora Sul
  • WhatsApp
  • Instagram
  • Facebook
  • Twitter
  • Youtube
  • Contato
Sulagora.com. Tudo o que acontece no Sul. Agora. © 2019. Todos os direitos reservados.
Política de Privacidade

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.