Lançado nos cinemas no início deste ano, Pânico 5, ou simplesmente, Pânico (Scream, Paramount Pictures, EUA/2022), como foi rebatizado durante sua produção, conta mais um capítulo da saga do serial killer Ghostface, que retorna para aterrorizar mais uma vez a pacata cidade de Woodsboro, na Califórnia, 25 anos depois dos acontecimentos do original.
Clássicos de volta
Impossível não comparar a premissa deste Pânico com as recentes sequências, ou soft reboots, que invadiram o cinema nos últimos anos, a começar com Star Wars – O Despertar da Força, passando por Caça-Fantasmas e, lógico, Halloween; este quase novo gênero que domina grandes franquias ultimamente parece ter caído no gosto do público, e Ghostface e sua trupe não ficariam de fora. E não ficaram. Exatamente por isso, o título foi alterado, justamente para mostrar que, apesar de ser uma sequência, esta quinta produção pode, igualmente, funcionar como um reinício, apesar de que, a meu ver, esta intenção não foi bem-sucedida.
E a “culpa” dessa falha cai, exatamente, pela utilização do trio original de protagonistas, Sidney Prescott, Gale Weathers, e Dewey, vividos mais uma vez por Neve Campbell, Courtney Cox e David Arquette, respectivamente. Não que seja ruim tê-los de volta, ao contrário, é muito bom ouvirmos de novo o tradicional “Hello, Sidney!”, de verdade, mas, ao mesmo tempo, a presença do trio enfraquece o novo elenco, em especial as irmãs protagonistas.
Não compromete
Ainda assim, essa situação não compromete o longa, que, sem ter o menor pudor quanto a isso, ridiculariza e satiriza o gênero de filmes de terror, em especial os slashers (Halloween, Sexta-Feira 13, Massacre da Serra Elétrica e o próprio Pânico, dentre outros) com piadas muito bem sacadas e colocadas no roteiro de forma natural, até porque, na trama, os acontecimentos vistos nos filmes anteriores geraram livros, reportagens e, principalmente, uma franquia com oito filmes, de nome Stab, que angariaram uma legião de fãs ao redor do mundo, e que, da mesma forma em que acontece na vida real, discutem e divergem a cada novo capítulo lançado, uns gostando mais, outros gostando menos… Essa interação entre o mundo real e a ficção criada dentro do mesmo universo é o grande atrativo da produção dirigida a duas mentes por Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett.
Boa diversão
Por tudo isso, o novo Pânico torna-se um longa descompromissado, divertido, mas, ao mesmo tempo, pesado e tenso, abusando bem mais que seus antecessores da violência gráfica e do gore, assim como do suspense. No entanto, a mescla com a comédia, tornado-o para alguns até mesmo um título de humor negro, garantem a boa diversão do espectador, que, de forma surpreendente, se depara com o melhor filme da franquia desde o original, de 1996. Até porque, como é dito no próprio longa, nada se compara ao original.
O filme já está disponível nas plataformas de vídeo on demand, como Now, Google Play Filmes, Amazon Store, Apple Store, dentre outros, chegando ao streaming agora em março.