Do alto da passarela, com olhos atentos, contemplei o leito do rio Tubarão. Suas águas cristalinas desvelavam o fundo, um tapete de areia branca, onde peixes de incontáveis formas e cores dançavam em perfeita harmonia.
Havia flores, e nelas, cores que enfeitavam suas margens, como se a natureza, em um ímpeto de bondade, tivesse despejado toda a beleza do mundo naquele lugar.
Chame-me de louco, se quiser! Não me importa o que o rio é hoje. Importa-me o que vejo que ele pode ser amanhã. Porque já foi assim, um dia, antes que meus olhos existissem para contemplá-lo. Já foi tudo isso quando Deus terminou de pintar sua maior obra: um quadro chamado planeta Terra.
Mas Ele também pintou os homens. E os homens têm a triste vocação de sujar e estragar o que é puro, corromper o que é belo. Temos o hábito de rir e dizer que é impossível aquilo que imaginamos. Mas não é impossível, porque um dia já foi real. O que impede que volte a ser somos nós.
A sorte do mundo é que somos passageiros, enquanto o rio é eterno. A sorte do mundo é que os homens, na maioria das vezes, voltam evoluídos em suas atitudes e pensamentos.
E, por isso, afirmo: o que hoje habita apenas meu olhar sonhador, um dia voltará a ser real.
Receba outras colunas direto em seu WhatsApp. Clique aqui.