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BLOGS E COLUNAS

O botão invisível da morte

24/05/2024 09h01

Alguns filmes de ficção não são apenas para entretenimento, mas também fontes de conhecimento e conselheiros que nos mostram os caminhos que não devemos seguir na vida real. Um exemplo é o filme "A Caixa", que oferece ao espectador uma mensagem importante, principalmente para os políticos que têm a responsabilidade de administrar verbas públicas. Vamos explorar juntos essa triste relação entre a ficção e a vida real?


Na trama do filme, um homem desconhecido bate à porta do casal Norma e Arthur e lhes oferece uma caixa misteriosa com um botão. Eles são informados de que têm duas opções: não aceitar o objeto e então ele procura outra pessoa para oferecê-lo, ou escolher apertar o botão e receber um milhão de dólares em dinheiro.

Mas a escolha não é tão simples como parece, pois, se apertarem o botão, alguém em algum lugar do mundo morrerá como resultado dessa escolha. Não quero dar spoilers do filme àqueles que ainda não assistiram, por isso me restrinjo a dizer que a ganância de Norma falou mais alto e ela ficou com o dinheiro, ignorando o custo humano de sua escolha.


Neste país, quase todos os dias, vemos nos telejornais casos de corrupção envolvendo o desvio de verbas públicas. No filme "A Caixa", apertar o botão significava ficar com uma boa quantia em dinheiro em troca da responsabilidade pela morte de uma pessoa desconhecida.


Na vida real, quando alguém desvia dinheiro público, metaforicamente está aceitando apertar um "botão invisível" que o beneficia, mas traz como consequência a morte de centenas de pessoas. Isso porque, quando o dinheiro destinado para a saúde é desviado, muita gente morre por falta de medicamentos ou aguardando atendimento médico nos precários hospitais para onde a verba deveria ter chegado.

Quando há desvios destinados à manutenção de infraestrutura de estradas e pontes, as obras não acontecem e certamente o número de acidentes fatais cresce. Quando há desvios na área de segurança pública, as polícias ficam sucateadas, não são feitos concursos para a efetivação de novos agentes para combater a criminalidade, tendo como resultado o crescimento da violência e das mortes.

Os políticos que escolhem acionar o "botão invisível" da corrupção têm plena consciência de que isso equivale a fechar os olhos e disparar uma metralhadora contra a população. Embora a corrupção possa permanecer oculta aos olhos da sociedade, as mãos dos corruptos ficam eternamente manchadas de sangue, pois eles são responsáveis pela morte prematura de crianças, mulheres e pessoas de todas as idades.

Em consequência da corrupção, em algum lugar, um menino de três anos crescerá órfão porque seus pais morreram após colidirem com uma árvore, devido a um pneu estourado em um buraco de uma rodovia precária. O acidente ocorreu porque os recursos destinados à manutenção da rodovia foram desviados para a conta de um político corrupto.


A corrupção é inadmissível em qualquer área da vida, mas na política custa vidas, altera destinos e promove o caos.


Senhores políticos corruptos, que na eternidade Satanás os receba com seu caldeirão fervente e seu tridente afiado!



MACIEL BROGNOLI
Crônicas e contos
Maciel Brognoli é guarda municipal de Tubarão, graduado em Administração Pública, especialista em Segurança Pública e Gestão de Trânsito e escritor. Ocupa a cadeira n° 27 da Academia Tubaronense de Letras (Acatul) e escreveu quatro livros.
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