O artista tubaronense Willy Zumblick conquistou reconhecimento nacional ao eternizar, em suas telas, a história e a cultura de Santa Catarina.
Seu percurso artístico começou retratando as paisagens de nossa bela cidade — o rio Tubarão, as igrejas, os casarios — e, com o tempo, passou a registrar eventos históricos marcantes no Brasil e no mundo. Entre eles, destacam-se a trajetória de Anita Garibaldi, a enchente de 1974 em Tubarão e a Guerra do Contestado.
Mas Zumblick não se limitou aos grandes episódios históricos. Com o mesmo zelo, dedicou-se a preservar as tradições folclóricas, como o Terno de Reis, o Boi de Mamão e a Bandeira do Divino, imortalizando em suas telas manifestações culturais que muitos jovens de hoje sequer conhecem.
Grande parte de suas obras encontra morada no Centro Municipal de Cultura, que orgulhosamente leva seu nome. E há 23 anos, um guardião devoto zela por esse legado: Geraldo Corrêa, historiador que fez de sua vida uma missão — preservar e narrar, com conhecimento profundo e paixão verdadeira, a história viva que pulsa em cada tela.
Turistas, historiadores, professores e estudantes que cruzam as portas do museu logo percebem que ali não há apenas um conhecedor, mas um verdadeiro discípulo da arte de Zumblick.
Cada pincelada, cada traço, cada cor carrega uma história que Geraldo conta com a precisão de quem não apenas estudou, mas viveu essa arte. Não é exagero dizer que, sem ele, o museu perderia parte de sua alma.
Afinal, não se trata apenas de preservar quadros. Trata-se de preservar a memória, o contexto, os significados que vão além da imagem e que, sem a voz certa para narrá-los, correm o risco de se perder no tempo. E quem melhor do que Geraldo, que dedicou mais de duas décadas a essa missão, para continuar a manter essa chama acesa?
Eu mesmo já recorri a seus conhecimentos para compreender os significados mais profundos de muitas telas e fui recebido com a generosidade e o brilho nos olhos que só aqueles que transformam seu ofício em paixão e vocação possuem.
Além de guardião da obra de Zumblick, Geraldo também é amplamente conhecido na cidade por reger vozes no Coral Municipal de Tubarão. Assim como conduz harmonias musicais, ele rege a memória de um dos maiores artistas catarinenses. Seu compromisso vai além da preservação — é um ato de amor à arte, à história e a uma identidade que jamais pode se perder.
Remover Geraldo do Centro Municipal de Cultura não seria apenas uma decisão administrativa. Seria um golpe contra a história viva que ele representa. Seria privar visitantes, estudiosos e a própria cidade de alguém que, há mais de duas décadas, faz com que as obras de Zumblick falem, emocionem e inspirem.
Enquanto Geraldo Corrêa estiver no museu, o legado de Zumblick seguirá vivo. E, para que Tubarão continue a honrar sua própria história, é fundamental que esse guardião permaneça onde sempre pertenceu.
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