Um dia, no futuro, haveremos de prestar contas. Nossos filhos e netos nos cobrarão: como deixamos que a situação chegasse a esse ponto? Como pudemos ficar impassíveis vendo aumentar o número de casos de depressão e suicídio entre crianças?
Diante de ataques a escolas, a sociedade reagiu e logo policiais foram recrutados, e os muros foram reforçados. Contra o bullyng foram feitas várias campanhas e palestras. Mas contra o cyberbullling, comuns nas redes sociais sem regulação, nada é feito.
De 2010 para cá, a dita geração Z, que cresceu com um smartphone e as redes sociais na mão, o número de suicídios de crianças entre 10 e 14 anos aumentou 48% nos Estados Unidos. Entre as meninas, mais do que dobrou: houve um aumento de 131%.
Os casos de depressão cresceram 50%. No Brasil, os dados mostram que a taxa de suicídio entre jovens cresceu 6% ao ano entre 2011 e 2022. Cerca de mil crianças e adolescentes, na faixa etária entre 10 e 19 anos, cometem suicídio a cada ano no Brasil.
Com as redes sociais, toda uma geração está crescendo deprimida e ansiosa, enquanto meia dúzia de donos de big techs ficam cada vez mais ricos, numa terra sem lei alguma. Um dia todos prestaremos contas. Não à justiça, mas à nossa própria consciência.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil