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Se seu filho, tipo assim, escrever como fala, leia este texto

20/06/2024 06h00

Pais dos anos 80 e 90, preocupados com a educação e o futuro dos seus filhos, matriculavam seus rebentos num bom cursinho de informática. Mais do que uma evolução do curso de datilografia que eles próprios haviam feito antes, a informática era o futuro desconhecido, convinha deixar os filhos preparados.


A preocupação chegou num nível em que se falou muito em analfabetos digitais, e levavam computadores para escolas nos recantos mais distantes. Muitas escolas sequer tinham internet para conectar aqueles caixotões, que nada mais eram do que máquinas de escrever com uma tela preta e letras verdes.


Inutilmente, muitos daquela geração aprenderam linguagens básicas de programação que logo se tornaram obsoletas (lembram do sistema DOS?), e mídias como disquetes e CD-ROM não duraram uma geração. O próprio computador caiu em desuso, notebooks são raros, tablets sumiram, tudo hoje cabe num celular.


Essa mudança se deu com a chegada dos smartphones e, junto com eles, as redes sociais. Os jovens estão todos conectados, para o bem e para o mal. E de uns anos para cá a preocupação de pais zelosos com o futuro dos seus filhos já não é mais prepará-los para o uso da tecnologia, mas ensiná-los a fazer o uso consciente.


Temos um geração de jovens ansiosos, viciados em tecnologia. Órgãos de saúde alertam para os riscos de se passar muito tempo em frente a telas, com possíveis prejuízos na comunicação, no sono e no desenvolvimento cognitivo. O uso excessivo de telas compromete a capacidade de atenção e de concentração dos jovens.


É por isso que hoje em dia as escolas precisam limitar o uso das telas, e estimular o antigo e necessário hábito da leitura. Estudos feitos em vários países chegaram à mesma conclusão: quem lê um texto impresso consegue compreendê-lo melhor do que aqueles que leem o mesmo texto no computador ou celular.


Os estudos mostraram que os estudantes têm maior capacidade de compreensão e memorização ao usar materiais físicos, enquanto a leitura digital resulta numa leitura mais superficial. Ler um impresso também ajuda na concentração, uma vez que quem o lê não faz outra atividade enquanto está lendo.


Nesta tarefa de despertar os jovens para o hábito da leitura, o jornal impresso é uma importante ferramenta pedagógica. O jornal contribui para que o aluno melhore o vocabulário, a escrita e a interpretação de textos. Além disso, ler exercita a memória, estimula o raciocínio, a criatividade e a comunicação.


Ler um jornal da sua cidade ainda conecta o aluno com a sua realidade cotidiana, através das notícias locais. Neste mundo em que a maioria dos jovens escreve como fala, ter essa diferenciação é essencial para se destacar. Véi, não dá pra deixar seu filho despreparado para o mundo do trabalho, tá ligado?



LÚCIO FLÁVIO
Lúcio Flávio de Oliveira
Diretor de Redação do Sul Agora. Lúcio Flávio de Oliveira é formado em Comunicação Social (Jornalismo) e Direito pela Unisul e tem MBA em Gestão Empresarial pela FGV.
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