Numa democracia, os protestos são válidos. Por isso, não se pode criticar essas manifestações que ocorrem Brasil afora, em alguns finais de semana, seja as que são contra Bolsonaro, seja as que são a favor dele. Cada um desses protestos têm em si uma finalidade política: fortalecer a candidatura de Lula ou a reeleição de Bolsonaro - essa, nem que seja na marra, como tentou Trump, sem sucesso.
Não se pode criticar que um grupo tente convencer outras pessoas acerca de seus ideais, esse é o princípio básico da política. Mas pode-se lamentar que nos protestos desse domingo, dos bolsonaristas, o mote principal tenha sido a defesa do voto impresso. E não para que Bolsonaro não aprove o vergonhoso fundão eleitoral, de R$ 6 bilhões. Desse assunto, não se viu uma faixa contrária.
Não se pode esperar que quem apoia o atual presidente vá protestar pelo preço da gasolina, do gás de cozinha ou da cesta básica. Enquanto a bolsa não despencar e o dólar continuar estável, está tudo certo, para seus apoiadores. O fato de o presidente ter feito todos de bobos, ao prometer e não mostrar em sua live de quinta as provas de que as urnas são fraudadas, também não importa.
Muito menos que o desvario de Bolsonaro tenha levado muitos deles a defender teses absurdas como a da cloroquina contra um vírus mortal, passado vergonha em discussões sobre a esfericidade da Terra, e agora mais essa, contestando nosso sistema eleitoral, reconhecido no mundo inteiro por sua agilidade e confiabilidade. Estou curioso para saber qual será a próxima histeria que unirá esse pessoal.