Redes sociais são tóxicas, causam dependência, fazem mal ao cérebro, aumentam o índice de transtornos mentais, etc. etc. Isso se levarmos em conta apenas os estragos que fazem na pessoa, especialmente os mais jovens, largados sozinhos neste mundo online cruel.
Se considerarmos os estragos que a desinformação que elas espalham causam às instituições e às democracias, aí o dano é consideravelmente maior, pois levam facilmente a golpes de estado e à corrosão da confiança naquilo que é a base de qualquer estado democrático.
Usuários do Twitter me disseram que depois que ele mudou para X, do Elon Musk, virou terra de ninguém. É o que se pode esperar do Instagram, do Facebook e do Whatsapp, a partir do anúncio feito por Mark Zuckerberg, de que vai acabar com a checagem dos fatos.
Deve ser coincidência o anúncio ter ocorrido no dia 7 de janeiro, entre a invasão ao Capitólio (6 de janeiro) e a invasão aos Três Poderes (8 de janeiro). Dois fatos ligados e que resumem tão bem como as redes sociais podem ser danosas quando utilizadas sem regras.
Mas é esclarecedor que no vídeo Zuckerberg solte várias fake news, sendo a mais grosseira delas a de que há tribunais secretos em países da América Latina – uma referência óbvia ao STF, que tem se esforçado para tornar lei na internet tudo que é lei fora dela.
Pessoas como ele e Musk disputam quem acumula mais rápido o primeiro trilhão de dólares. Não sonham com um mundo com menos desigualdade, sem crianças morrendo de fome. Sonham com um mundo sem leis, com ódio e extremismo, para faturar mais.
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