Quando eu era pequeno, para ouvir rádio precisava de um radinho de pilha, ou escutava no carro - e só tinha rádio AM, mas todo mundo ouvia. Depois vieram as FMs, mas antes já tinha vindo o toca-fitas e depois delas o CD e o pen drive. Muitos deixaram o rádio de lado, fazendo suas próprias seleções de música.
Quando se começou a baixar música pela internet diziam que ninguém mais ouvia rádio. Piorou com o Spotify, e as emissoras AM estavam condenadas, pela baixa qualidade do som. Mas houve a migração para o FM, e hoje se pode ouvir rádio pelo computador, pelo celular, pela Alexa e até por um radinho.
O rádio se reinventou pelo jornalismo – como podemos ver aqui também, na nossa região, com as emissoras dando cada vez mais espaço à programação jornalística. E só em Tubarão temos uma dezena de emissoras, o que mostra a força do meio. O que se disse do rádio há alguns anos, fala-se agora da TV.
Os jovens não veem mais TV, só séries no streaming. Dizem que a TV foi engolida pela internet. Mas a internet está cheia de sites falando dos artistas da Globo, de BBB, de ex-BBB, que a Eliana foi pra Globo, que o Galvão Bueno faz falta nos jogos da Seleção. A TV alimenta a internet, que repercute o que a TV produz.
E jornal? Ouço há quase 30 anos que o jornal acabou. Mas o jornal sobreviveu quando surgiu o rádio, quando veio a TV e se adaptou bem à chegada da internet, ampliando a base de leitores. Só nas redes sociais o Diário do Sul tem 175 mil seguidores. E tem ainda os jornais online, como o Sul Agora, renovando o meio.
O que todos devemos fazer é apoiar o jornalismo, que é uma vacina contra as mentiras espalhadas nas redes sociais. Precisamos de profissionais que façam a checagem dos fatos e permitam ao cidadão processar judicialmente aqueles que divulgarem informações erradas. Sem isso, o futuro seria preocupante.