Uma matéria reveladora do Sul Agora, publicada neste final de semana, mostrou que, nas eleições deste ano, uma a cada cinco pessoas não foi votar. De um total de 300.087 eleitores nos 18 municípios que compõem a nossa região, 58.340 pessoas não votaram.
Com o voto desses eleitores, só para se ter uma ideia, teria sido possível eleger mais dois deputados estaduais e um deputado federal, se a eleição fosse para esses cargos. É muita gente. É como se a metade de toda a população de Tubarão não tivesse ido votar.
A matéria teve o cuidado de comparar as últimas quatro eleições, e constatou que nas eleições de 2012 (9,60%) e 2016 (10,65%) o índice de abstenção na soma dos 18 municípios ficou em torno de 10%, e dobrou nestas duas últimas: 2020 (21,87%) e 2024 (19,44%).
Em 2020 esperava-se este aumento de faltosos, em virtude da pandemia, mas e nesta última eleição, o que terá acontecido? No país inteiro, para colocar a região dentro de um contexto, os números chegaram a 21,71% de ausentes. Ficamos um pouco abaixo desta média.
Pode-se falar em desencanto com a política? Aos inúmeros casos de corrupção? Em 2012, o país só falava em mensalão. Em 2016, em petrolão e Operação Lavajato, e, como foi mostrado na matéria citada, o índice de faltosos foi a metade do registrado nestas duas últimas.
Entendo que o problema se deve à praga das fake news, que derrubaram nossos índices de vacinação, abalaram a confiança nas nossas instituições, como a Justiça e a imprensa, e lançaram dúvidas até sobre o que antes era um orgulho nacional: a urna eletrônica.
Já foi dito por Brecht: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio dos exploradores do povo.”
A matéria completa, com os dados por cidade da nossa região, está neste link:
Um em cada cinco eleitores da Amurel não votou nessas eleições
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