A polícia paulista, que, sob o comando do governador Tarcísio de Freitas, tornou-se uma das mais violentas do país, foi manchete internacional esta semana com o absurdo de um policial jogar um rapaz de cima de uma ponte. Após a imensa repercussão negativa, inclusive na sua base eleitoral, o governador se ajoelhou no milho e admitiu que errou ao retirar as câmeras dos uniformes policiais.
E por que Tarcísio havia retirado as câmeras corporais, num sinal de que liberou geral para os policiais fazerem o que bem entendessem com a população pobre? Pelo mesmo motivo que fez o governador Jorginho Mello reproduzir o gesto aqui em Santa Catarina: porque uma parcela bem significativa de eleitores acha que a solução para acabar com a criminalidade é ter uma polícia ainda mais violenta.
O que se seguiu após a retirada das câmeras foi uma sequência de abusos por parte de maus policiais. Vimos isso recentemente em Braço do Norte, em que um policial militar bateu em uma mulher violentamente, e também em Içara, onde os PMs agrediram outra mulher. E nenhum deles respondeu criminalmente pela Lei Maria da Penha! Fora os casos que ninguém fica sabendo, por falta de filmagem.
Talvez esteja faltando haver um caso como o desse rapaz jogado de cima da ponte, para que Jorginho seja pressionado tanto quanto Tarcísio e volte a colocar as câmeras nos uniformes dos policiais. Inclusive, Santa Catarina foi estado pioneiro ao implantar este programa ainda em 2019, com o então governador Moisés. As câmeras protegem a sociedade e os bons policiais. Só os maus não a querem.
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Foto: Roberto Zacarias/ Secretaria de Comunicação / SC