A decretação da falência da K2 Soccer, determinada pela Justiça nesta sexta-feira (1º), põe fim a uma era de muitos promessas e poucas realizações para o futebol tubaronense, pelo menos do lado de lá do trilho. Promessa de que seria um clube formador de novos jogadores, de que chegaríamos à serie B (do Brasileirão, não do estadual) até 2025, e de que o Tubarão seria o primeiro clube startup do país, seja lá o que isso signifique, de bom e de ruim.
Promessas ambiciosas são normais no futebol. Torcedores se iludem, são movidos a paixão. E os dirigentes, que de bobos não têm nada, são craques da enganação. Nós, da imprensa, é que por obrigação profissional somos racionais, e costumamos duvidar. Mais ainda: temos o incômodo hábito de questionar. O que é startup? Deu certo onde? De onde vem a K2? Qual sua experiência no futebol? 99% não é muito para a K2? 1% não é pouco para o Tubarão?
Não incomodamos apenas dirigentes mal-intencionados. Torcedores apaixonados não gostam que façamos nosso trabalho. Acham que, ao expor os malfeitos que aqueles fazem ao clube, queremos o mal do time. Costumam xingar nas redes sociais, dizem que somos “do contra”. Divirto-me, agora, imaginando a cara de tacho que devem estar os que tiraram parte do seu tempo ocioso para me xingar sempre que alertei sobre os riscos envolvendo a K2.
Aproveito para fazer o mesmo alerta para o Hercílio Luz e seus torcedores. Embora as primeiras impressões sobre a nova parceria tenham sido as melhores possíveis, e realçadas aqui no Sul Agora, pelo João Marcelo, lembro que isso também ocorreu quando a K2 chegou. Nós, jornalistas, ainda não tivemos a oportunidade de fazer nossas perguntas incômodas aos novos dirigentes hercilistas. Até agora, foram arredios à imprensa. Torço para que mudem.