Pode-se gostar ou não de Bolsonaro. Pode-se gostar ou não do PT. Essas paixões, como é próprio desse sentimento, são momentâneas. Só depois de muito tempo, quando olhamos para trás sem os olhos embaçados pelo amor ou pelo ódio, é que podemos dar o devido valor às coisas como elas, de fato, são.
Tome-se o exemplo da BR-101. O que nossos netos aprenderão daqui a muitos anos na escola, para o regozijo ou o desgosto de uns e outros, apaixonados de hoje, é que o ex-presidente Lula duplicou o trecho Sul da BR-101, pois o antecessor, Fernando Henrique, só havia duplicado no trecho que ia de Palhoça pra cima.
Nas aulas de História, saberão que foi Dilma quem construiu os túneis e a ponte de Laguna, finalizando o trecho com a conclusão das chamadas obras de arte. E que obra de arte essa ponte de Laguna! E Bolsonaro, que fez? Deixará como legado para nós quatro pedágios, em plena crise provocada pela pandemia.
Não se pretende aqui criticar os pedágios, afinal a empresa já vem roçando o mato às margens da rodovia há semanas suficientes para justificar o início da cobrança. Até a iluminação cênica da ponte de Laguna voltou a funcionar. Apenas deixo claro qual será o legado de cada ex-presidente para o Sul catarinense.