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BLOGS E COLUNAS

A galeria dos esquecidos

27/11/2023 05h57

A morte do ex-governador Colombo Salles, ocorrida há alguns dias, trouxe à tona uma constatação, levantada pelo ex-prefeito Irmoto Feuerschuette: nunca homenageamos devidamente o governador que ajudou a reerguer a cidade após a trágica enchente de 1974. Numa cidade que tem várias ruas com nome de quase todas as capitais do país, e outras com o nome de países da América do Sul e até do Norte, faltou nomear uma de Colombo Salles.


Dr. Irmoto, que foi o prefeito na época da enchente, escreveu vários livros sobre a história de Tubarão, da qual tem profundo conhecimento. Lembra ele que uma das principais ações de Colombo Salles que beneficiaram a cidade foi a abertura de linhas de crédito, que incentivaram a economia local com a abertura de várias empresas, como a Alusud (hoje Alcoa), Pisos Tubarão (hoje Itagres) e a extinta Inbral (Indústria Brasileira de Laminados).


A maior obra que a cidade já teve, em toda a sua história, foi a dragagem e retilinização do Rio Tubarão, autorizada pelo então presidente Ernesto Geisel, em 1978. Esse trabalho evitou inúmeras mortes e danos materiais, ao evitar novas enchentes. Hoje, passados 40 anos do seu término, em 1983, imploramos por uma nova dragagem do rio - é a obra mais importante de que precisamos. Geisel foi o único que já fez, e nunca foi homenageado por aqui.


Pode-se argumentar que o general era um presidente da ditadura militar, muitos não concordariam com a homenagem. Mas Getúlio Vargas, ditador entre 1937 e 1945, tem estátua no Terminal Urbano e dá nome à avenida na beira-rio, que liga a Capivari de Baixo. Merecida, por sinal, pois foi ele quem impulsionou o desenvolvimento de Tubarão e de todo o Sul do Estado ao trazer a CSN e o Lavador de Capivari, impulsionando o carvão catarinense.


Mas o maior injustiçado nesta galeria dos esquecidos é o Visconde de Barbacena. Ele foi homenageado com o nome de uma avenida, mas, segundo o dr. Arary Bittencourt, que também escreveu livros sobre a história da região, é muito pouco pela grande contribuição que deu a todo o Sul catarinense, com reflexos até hoje. Em 1861 ele adquiriu terras próximas às nascentes do Rio Tubarão e fundou uma carbonífera, com investidores ingleses.


Depois, conseguiu a concessão e construiu a estrada de ferro, que batizou de Dona Tereza Cristina, esposa do imperador, D. Pedro II, para levar o carvão de Lauro Müller até Imbituba. A enchente de 1887 destruiu boa parte da malha da ferrovia, o prejuízo afastou os ingleses e a ferrovia acabou nas mãos do governo brasileiro. Falta mesmo um maior reconhecimento pelos feitos destes grandes homens, que muito contribuíram para o nosso desenvolvimento.



LÚCIO FLÁVIO
Lúcio Flávio de Oliveira
Diretor de Redação do Sul Agora. Lúcio Flávio de Oliveira é formado em Comunicação Social (Jornalismo) e Direito pela Unisul e tem MBA em Gestão Empresarial pela FGV.
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