Muita gente, especialmente do Governo, ficou feliz com a variedade nova do vírus da covid: a ômicron, que atinge muito mais gente, mas é menos letal que outras. Enfim, a imunidade de rebanho, que tanto seduz o rebanho.
Só que não é bem assim. A quantidade de novas infecções levou a Mesa da Câmara dos Deputados a adiar o trabalho presencial ao menos por 40 dias, até o Carnaval. Depois, depende. Dentro das quatro linhas do Executivo, o Ministério da Ciência e Tecnologia fechou na segunda-feira – o astronauta, ministro da área, determinou a volta ao home office até que a situação mostre melhoras.
A Defensoria Pública da União, citando a Organização Mundial da Saúde (sim, aquela que o Governo detesta), o aumento de casos de covid com cepa ômicron e tudo, com infecções e reinfecções, mais a influenza, decidiu manter seu pessoal trabalhando em casa até o fim deste mês, mas já se fala na possibilidade de prorrogar o prazo de afastamento.
Pelo jeito, o presidente Bolsonaro, ao repetir sem parar que “todo mundo vai pegar covid”, acertou pelo menos próximo do alvo. Só errou num ponto: acreditar que, com muita gente atingida por um vírus menos letal, teria a tão desejada imunidade de rebanho, quando as epidemias não se expandem por falta de novas vítimas vulneráveis à infecção. E seu governo, que já não é nenhuma Brastemp, vai fechando aos poucos os postos de trabalho, como prevenção contra a “gripezinha” da vez – agora duas, a covid e a influenza.
Há pouco mais de uma semana, em Israel, um paciente atingido gravemente pela covid foi tratado com o remédio americano, e em menos de uma semana estava já recuperado. Tendo vacinas para prevenção e remédios para quem já tem a infecção, o combate à pandemia passa a ser bem mais eficiente.
Mais inocentes
O Ministério Público Federal foi favorável ao fim da investigação. O inquérito fazia parte da Lava Jato, e se baseava em medidas de quebra de sigilo (uma delas referente ao sítio de Atibaia) anuladas pelo Supremo Tribunal Federal.
Vai e volta
Se há dinheiro para policiais, por que não para todo o funcionalismo? A Receita Federal já iniciou o seu movimento, com a entrega ao ministro Paulo Guedes dos cargos de chefia. O presidente, que havia dado a Guedes a ordem para conseguir recursos e entregá-los aos policiais, mandou-o arranjar dinheiro para todos.
Só que, mesmo com toda a disposição possível para atender à ordem de Bolsonaro (e isso não lhe falta), Paulo Guedes não tinha de onde tirar dinheiro. O fato é que os servidores públicos federais estão insatisfeitos. Se não entrarem em greve agora, mais cedo ou mais tarde vão entrar. E antes das eleições. De hoje em diante, qualquer greve na área cria problemas para a candidatura do presidente à reeleição.