O primeiro sintoma da mediunidade é a facilidade em captar energias negativas no local. O médium começa a abrir a boca, sente dores de cabeça quando está em um lugar com grande aglomeração de pessoas, torna-se irritadiço por qualquer motivo e tem dificuldades no convívio com a família, chegando a pensar que ninguém o entende.
Por ser mais sensível do que as outras pessoas, sente com mais frequência as flutuações de humor, além de vivenciar situações estranhas e aflitivas.
O maior estudioso deste tema foi o fundador do Espiritismo, Allan Kardec (1804-1869), que assim definiu a mediunidade: "Todo aquele que sente em um grau qualquer influência dos espíritos é, por esse fato, médium".
O médium é capaz de produzir um fenômeno de atração magnética e, assim como um ímã, consegue captar o campo áurico de uma pessoa ou de alguém que já morreu. Ele é uma ponte entre vivos e espíritos e experimenta fenômenos que desafiam até a Ciência.
Para os céticos, o médium é considerado um "portador de algum distúrbio psiquiátrico", o que não é verdade. O DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) - a bíblia da psiquiatria, orienta que os médicos devem tomar cuidado para não diagnosticar os médiuns como pessoas portadoras de alguma psicopatia.
A Ciência é resistente aos fenômenos mediúnicos e, para entender por que isto ocorre, devemos lembrar que até o final do século XIX a mediunidade era chamada de "histeria de múltipla personalidade".
Os médiuns são porta-vozes de um mundo que as pessoas desejam que exista; isto ocorre porque a Ciência deixa de satisfazer ou atender a uma necessidade emocional.
Eles são, portanto, canais de alívio para muitas aflições, sendo encontrados na religião espírita, no catolicismo e não raro em outras religiões que seguem normas mais rígidas. A mediunidade não escolhe credo, raça ou condição social, ela é divina e universal.
Tipos de médiuns
Cura: realizam a cura através da imposição das mãos no doente; fazem orações e cirurgias espirituais.
Desobsessores: capazes de orientar os espíritos que não são evoluídos, contribuindo para sua elevação (geralmente na primeira sessão, a pessoa sente-se mal, chegando a dar trabalho para os médiuns mais velhos do centro espírita).
Intuitivos: considerados os mais elevados; eles ouvem, sentem, recebem o pensamento dos desencarnados, de modo consciente.
Psicografia: escrevem mensagens provenientes do plano espiritual, auxiliados por seus mentores (como o caso do maior médium brasileiro, Chico Xavier).
Psicopictógrafos: incorporam pintores desencarnados desenhando nas telas obras fantásticas (como o médium Gasparetto, conhecido internacionalmente, também já falecido).
Videntes: podem voltar-se para o futuro, tendo visões de algo que poderá ocorrer a uma longa distância. Muitos recorrem à telepatia (quando é possível ouvir a voz, ou subvoz no seu interior), ou à clarividência (enxergar o desencarnado ou cenas distantes).
Em algumas sessões podem ocorrer a psicofonia (o médium fala como se fosse outra pessoa) ou a xenoglassia (falar ou escrever em outro idioma).
O que acontece em uma manifestação mediúnica?
O médium fecha os olhos, deixando a mente quieta (meditação) para que, depois de alguns minutos, ocorram os arrepios, a sensação de calor, a aceleração dos batimentos cardíacos, alguns movimentos involuntários e a sensação de uma outra energia ao seu redor.
Assim, inicia-se o funcionamento cerebral nas regiões da glândula pineal (centro do cérebro), lobo temporal e o sistema límbico (responsável pelas emoções). A atividade na respiração celular pode fazer com que se produza o ectoplasma, ou seja, a energia humana que possibilita o corpo contatar com o espírito.
A glândula pineal é definida como uma espécie de "antena" que capta as vibrações dos espíritos. Também é responsável por regular a produção hormonal e funciona no desenvolvimento do corpo.
Esta glândula produz melatonina (que tem um efeito sedativo), sendo responsável pela percepção da passagem do tempo - isto explica o fato de o médium não ter noção do tempo em que ficou no transe.
Depois do término dos trabalhos, o médium precisa refazer o seu ectoplasma, a substância semi-espiritual que se renova posteriormente, devendo ingerir proteínas para retornar ao seu estado normal.
Mediunidade realmente existe?
O físico francês Patrick Druot, pesquisador do Instituto Monroe, dos Estados Unidos, afirmou que: "a mediunidade existe. A Ciência sabe como o cérebro funciona quimicamente, mas ainda não sabe o que faz o cérebro funcionar nos casos mediúnicos".
Conclui-se que a mediunidade não pode ser vista apenas como algo religioso, mas como um atributo biológico. O aumento do interesse pelos assuntos relacionados à mediunidade é explicado pelo desejo de se ter certeza de que a morte não é o fim, e que é possível contatar com os que já partiram (e que se encontrarão posteriormente).
Quanto maior for o espírito de luz que está auxiliando o trabalho do médium, maior é o seu nível de consciência. A incorporação deve ocorrer de maneira suave, harmônica, sendo o médium um portador de palavras de amor.
O ponto em comum de todos os médiuns é o sentimento de ajuda ao próximo. A honestidade é o mais importante aspecto de suas vidas. O desenvolvimento da mediunidade significa estar presente no mundo e não desligar-se dele.
O médium possui uma responsabilidade maior do que uma pessoa comum. Não existe sinal de santificação, ao contrário; é uma vida com muitas experiências difíceis que acabam por proporcionar o seu amadurecimento.
O dever de todo médium é amar, respeitar o próximo, doar seus ouvidos e consolar os que necessitam. Deve ter sua moral sempre aperfeiçoada e lembrar que todos nós estamos sujeitos à lei do karma (causa e efeito).
É importante aplicar-se ao serviço do bem, convertendo-se em um instrumento de luz para si próprio e para todos os que o rodeiam. A mediunidade é uma dádiva.