Um homem maravilhoso, sempre entusiasmado, alegre e tranquilo: assim foi Francisco Cândido Xavier, o maior médium de psicografia do mundo.
Nasceu em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, em dois de abril de 1910, e faleceu em 30 de junho de 2002, aos 92 anos. Suas visões começaram a surgir quando contava apenas quatro anos de idade, mas ninguém deu muita importância para isso. Aos 17 anos, quando sua irmã adoeceu, Chico participou de uma sessão espírita e, a partir daí, começou a estudar os livros de Allan Kardec e a seguir a doutrina espírita.
Depois de quatro anos de estudo Chico psicografa seu primeiro livro, chamado Parnaso de Além-Túmulo, no qual transcreveu poemas de Augusto dos Anjos, Antero de Quental, Olavo Bilac e outros poetas então já falecidos. Foi nessa época que conheceu Emmanuel, seu grande mentor, que não o deixou mais. Para Chico Xavier, Emmanuel era um protetor paternal que acreditava que tempo era vida.
Dentre tantos livros psicografados (mais de quatrocentos), o que Chico mais gostou foi Paulo e Estevão, pois contam informações detalhadas sobre o apóstolo Paulo. O livro Boa Nova, escrito pelo espírito Humberto de Campos, que fala sobre a vida de Jesus, também o sensibilizou muito.
Iniciou seu trabalho mediúnico em 1927, e atuou por mais de 68 anos. Sua tarefa - ajudar as pessoas - nunca foi fácil: Chico fazia caridade aos necessitados através de doações de roupas, alimentos, brinquedos e de sua verdadeira vocação espiritual. Ele possuía o dom da palavra; sabia expressar os ensinamentos sobre o espiritismo de forma clara e perfeita.
Muitos estudiosos acreditam que Chico Xavier é a reencarnação de Allan Kardec. Allan Kardec codificou o espiritismo e Chico nos explicou esta codificação. Kardec pesquisou o fenômeno, que é levado, hoje, ao povo; explicou a lógica da reencarnação, que nos é provada por Chico. Kardec pesquisou, Chico demonstrou. Kardec é o começo e Chico, o complemento.
Chico morava em Uberaba, Minas Gerais, quando faleceu. Com seu corpo físico debilitado pela idade, Chico Xavier, em seus últimos dias, foi muito protegido pelos amigos encarnados e espirituais.
De tudo o que lhe acontecia tirava sempre uma grande lição, e passava-a às pessoas que o acompanhavam. Certa vez, Chico levou um tombo que lhe causou graves ferimentos. Não se abalou. Os amigos ficaram muito preocupados; pararam tudo o que estavam fazendo e viajaram vários quilômetros para socorrê-lo. Quando chegaram, Chico agradeceu a presença de todos, e disse que perto da casa de cada um existiam várias pessoas em piores condições, e que nunca foram visitadas. Tiveram uma lição dura, mas verdadeira.
O eterno, o humilde, o discernimento em pessoa se auto-definiu dessa forma, certa vez: "Sei o que devo ser e ainda não sou, mas rendo graças a Deus por estar trabalhando, embora lentamente, por dentro de mim mesmo, para chegar, um dia, a ser o que devo ser".