A palavra música deriva do grego mousikê e significa a arte de combinar os sons de modo agradável ao ouvido. A data mais provável da invenção dos instrumentos musicais (encontrados na Eslovênia) é de 52 mil anos.
Enquanto o som é o resultado físico da vibração dos corpos que se propagam no ar, a música representa o entrelaçamento das ondas sonoras produzidas em determinados intervalos, resultando em ritmo e harmonia.
Para Adriano Hissanaga, pesquisador e estudioso de música, "ela pode ser vista como arte (habilidade de se organizar sons em espaços de tempo) e cultura (participa da história e evolução de um determinado povoado). Apesar de tudo isso, é praticamente impossível conceituar música com um significado universal, já que tem um significado diferente em cada parte do mundo".
Santo Agostinho, um estudioso de temas angélicos, explicava que o som influenciava o mundo dos anjos, ou seja, era uma expressão natural e completa para contatar seu anjo da guarda. Por ser uma ativação poderosa, a música é capaz de alterar nossa percepção; essa relação entre música e consciência é conhecida desde os tempos mais remotos.
Pesquisadores americanos e canadenses mostraram, por meio de uma tomografia especial, que as melodias produzem estímulos que levam à euforia e que as notas musicais desencadeiam mecanismos que tornam as pessoas mais felizes, chegando a interagir com a atividade biológica dos órgãos do nosso corpo.
Mozart estimula a criatividade, interferindo na ativação dos neurônios de maneira benéfica. Trata-se do "Efeito Mozart", que concede clareza para os cálculos matemáticos, para quem escuta "Sonata para Dois Pianos em Ré Maior".
Já o heavy metal ajuda na concentração das pessoas hiperativas. Por isso, os pais não devem censurar os filhos que estudam com o som ligado.
Os sons liberam serotonina, um neurotransmissor (uma substância que faz a comunicação entre os neurônios) que proporciona o prazer.
Os gregos antigos ouviam música durante as refeições, pois acreditavam que facilitava na digestão. O rei Davi tocava lira para o rei Saul, para tirá-lo da melancolia. Na Idade Média, a Igreja criou escolas musicais, porque a desafinação indicava a presença do diabo.
Os sons mais agudos atingem a parte lobo-temporal do cérebro, provocando um sinal de alerta (som de violinos estridentes na cena do chuveiro no filme Psicose de Alfred Hitchcock). Os sons graves atingem a região médio-basal do cérebro e estão relacionados às respostas neurovegetativas como os batimentos cardíacos. Por isso, é utilizado quando se deseja obter concentração e relaxamento.
A música não é um atributo apenas dos seres humanos. As baleias produzem frequências musicais com refrão e rima, que demonstram a intenção de atrair e agradar. Até os animais domésticos se beneficiam dela. Existem indícios de demonstrações de bem-estar quando eles ouvem canções do seu dono.
Todos os seres humanos são seres musicais; a música foi e continua sendo uma maneira de reverenciar Deus, deuses e compreender o Universo.