Após muita espera, muito além do originalmente planejado, finalmente chega às telas, grandes e pequenas, o longa-metragem da personagem vivida por Scarlett Johansson no MCU (Universo Cinematográfico Marvel), e que encerra sua participação de maneira honrosa, ao menos.
Isto posto, “Viúva Negra” (Black Widow, Marvel Studios/Disney, EUA/2020) corrige uma grande injustiça da própria Marvel com a personagem, uma vez que a demora em se realizar seu filme não se justificou. E, como obra do destino, quando finalmente resolveram levar a produção às telas, veio a pandemia…
ORDEM CRONOLÓGICA
Antes de falarmos do filme em si, é importante que o amigo leitor saiba, ao assisti-lo, onde ele se encaixa dentro da cronologia do MCU, que agora, além dos mais de 20 filmes já lançados, conta com as séries do Disney Plus, a saber, “WandaVision”, “Falcão e o Soldado Invernal” e a atual “Loki”. Vamos explicar.
“Viúva Negra” estava previsto, inicialmente, para ser lançado há mais de um ano, após o desfecho da personagem em “Vingadores: Ultimato” – e aqui, um parêntese… Não é mais spoiler, a essa altura do campeonato, que Natasha Romanoff morreu em Ultimato, o que já é um problema para este novo longa. Mas vamos chegar lá. Voltando à cronologia, a história se passa entre “Capitão América – Guerra Civil” (obrigatório para se entender Viúva Negra) e “Vingadores – Guerra Infinita”. Isso era 2017.
No entanto, após os acontecimentos de Ultimato, seguidos por “Homem-Aranha Longe de Casa”, “Viúva Negra” chegaria logo depois, fechando o ciclo da personagem, e antes da estreia das séries no Disney Plus, o que encaixaria perfeitamente, em especial com “Falcão e o Soldado Invernal”, também obrigatória para um melhor entendimento do filme da Viúva. Mas aí veio a pandemia, e a ordem cronológica do MCU virou uma salada.
O Disney Plus entrou no ar, e as séries não poderiam esperar mais. Viúva Negra foi adiado diversas vezes. Falcão e o Soldado Invernal seria a primeira série do serviço de streaming, mas como tem relação com o filme, foi igualmente adiada, e WandaVision entrou em seu lugar. Enfim, pra resumir, é fundamental que o espectador tenha em mente que a ordem de lançamento dos filmes e das séries da Marvel não corresponde mais à sua ordem cronológica (o que é muito comum aos quadrinhos, diga-se), a qual deve ser seguida para um melhor aproveitamento de toda a trama. No caso da Víuva, a melhor ordem seria Guerra Civil, Viúva Negra (sem a cena pós-crédito), Guerra Infinita, Ultimato, Falcão e o Soldado Invernal, e finalmente a cena pós-crédito de Viúva Negra.
PODIA SER MELHOR
Infelizmente, a demora e os diversos adiamentos fizeram mal a “Viúva Negra”. Sem dúvida, teria sido muito melhor e maior a experiência de assisti-lo caso tivesse sido lançado ainda sob o calor dos acontecimentos de “Vingadores: Ultimato”. Mas não adianta chorarmos sobre o leite derramado, então, falando sobre o filme em si, é uma aventura clássica, com muita ação, cenas de tirar o fôlego, ótimas interpretações, não só da protagonista Johansson, que domina a personagem título de forma soberba, como de Florence Pugh, como a irmã de Natasha, Yelene, que rouba as cenas em que atua, com uma personagem forte, sarcástica, e ao mesmo tempo frágil e traumatizada não só por situações de sua infância, como pelo fato de ela ser uma das milhares de mulheres recrutadas pela chamada Sala Vermelha ao redor do mundo, assim como a própria Natasha, o que a torna uma Viúva Negra, uma superespiã que recebe dons especiais, treinamento sobre-humano, mas que traz contrapartidas traumáticas, como a esterilização compulsória. Isso já havia sido pincelado em outros longas Marvel, mas aqui é muito melhor explorado.
A propósito, ressalto neste ponto o grande problema do filme, a meu ver: o fato de sabermos que ela morreu só em Ultimato, em momento algum tememos por algum dos vários perigos em que Natasha se envolve na trama. Isso tira você do filme de forma poderosa. Enfim...
E sim, antes que você pergunte, e levando-se em conta que Natasha Romanoff morreu em Vingadores: Ultimato, existe sim a passagem de bastão para que Yelene se torne a nova Viúva Negra do MCU, ou, como é conhecida nas HQs, a Viúva Escarlate (tem até uma piadinha sobre isso no filme, bem sutil).
Outros que estão muito bem no longa são David Harbour (de Stranger Things), como o Guardião Vermelho, e Rachel Weisz (de A Múmia), como a mente por trás do soro que transforma as viúvas em assassinas cibernéticas. E temos a volta de William Hurt, mais uma vez dando vida ao General Ross, papel que é seu desde “O Incrível Hulk”, de 2008.
SERVIÇO
O filme segue a fórmula Marvel à risca, sendo leve, divertido, com muita ação e servindo como mais um elo de ligação entre as fases 3 e 4 do MCU. Por isso, vale a pena. Por outro lado, pode decepcionar o fã mais hardcore, muito por conta dos vários adiamentos, que o deixaram meio fora de lugar, por assim dizer, o que pode atrapalhar a experiência de alguns espectadores. Ah, claro, tem cena pós-crédito!
De todo o modo, você tem duas opções para assistir à “Viúva Negra”. O filme estreou nos cinemas, os que estão funcionando, obviamente, estando em cartaz no Cine Show do Farol Shopping, em Tubarão, em diversas salas, com os horários das 14h, 15h, 16h45, 17h50 e 20h40, em versão dublada, e um horário com versão legendada (aleluia!!!!), às 19h40. Estes horários se referem à primeira semana de exibição do longa na cidade.
Outra opção é o Disney Plus, pois o filme estreou de forma simultânea no serviço de streaming do Mickey, porém dentro do Premier Access, ou seja, o assinante precisa desembolsar a singela bagatela de R$ 69,90 para assistir à produção no conforto de sua casa. A estreia no catálogo regular da Disney Plus, ou seja, incluso na assinatura padrão, está prevista para agosto, caso você prefira esperar. Bom filme!