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Oscar 2021 - Judas e o Messias Negro

19/04/2021 09h19

Em mais uma obra baseada em fatos reais e dirigida por um estreante, aqui Shaka King (o que parece ser meio uma premissa na edição do Oscar deste ano no que se refere aos indicados de melhor filme), chegamos a “Judas e o Messias Negro” (Judas and the Black Messiah, Warner Bros., EUA/2021), longa que recebeu outras cinco indicações além do principal prêmio da noite do próximo dia 25.

Chicago 1968

A trama se passa em uma Chicago do final dos anos 60, lindamente recriada, com esmero e cuidado, para ambientar o dilema de Bill O’Neal – em atuação fantástica, e indicada ao prêmio de ator coadjuvante – de Lakeith Stanfield, conhecido por ser um dos “fantasminhas” do sucesso “Corra!”, e que aqui é um ladrão de carros de quinta categoria, que se passa por agente do FBI para aplicar seus golpes, até que, em um desses, se dá mal ao ser pego e, obviamente, ser levado pelos verdadeiros federais. Pressionado pelo agente Roy Mitchell, que ganha vida no longa com a atuação, brilhante, diga-se, de Jesse Plemons (visto em “O Irlandês”, “El Camino” e “A Noite do Jogo”), O’Neal recebe a oferta de, em troca de alguns bons anos na cadeia por roubo e falsidade ideológica, teria sua ficha completamente limpa, caso concordasse em espionar um certo Fred Hampton, apenas o líder do núcleo da cidade do Partido dos Panteras Negras, movimento criado em 1966, na Califórnia, e que ganhou força em várias partes do país ao lutar e defender os negros contra a violência policial e as demais formas de manifestação do racismo.

Fred Hampton

Já chamei a atenção sobre as atuações de Lakeith Stanfield e Roy Mitchell na obra, mas, de forma justa, não se pode ignorar aquele que rouba a cena como o líder do mais forte movimento social negro da América, Fred Hampton, espetacularmente interpretado por Daniel Kaluuya (o astro de “Corra!” e também participante de “Pantera Negra”, da Marvel) e que, de forma curiosa e não muito bem explicada, também foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante, quando, a meu ver, por ser o foco das ações dos outros personagens, seria o caso de indicá-lo como melhor ator. Enfim, coisas da Academia… Independentemente disso, Kaluuya tem um atuação impactante, e mostra claramente todo o encantamento e força que Hampton tinha em seus discursos, suas ações, e que o levaram rapidamente a liderar o partido, o que fez, inclusive, com o próprio Stanfield, que dele havia se aproximado para traí-lo, causando um dilema e uma confusão de emoções muito bem explorada pelo estreante diretor King.

O dilema

É fascinante perceber a dualidade de sentimentos e sensações, e, consequentemente, de ações, que O’Neal experimenta ao longo de sua trajetória dentro do Partido dos Panteras Negras, que tão bem representava tudo o que ele sofria em seu dia a dia, todo o seu sofrimento desde sempre, em contrapartida ao seu “trabalho” de espionar e levar ao FBI todos os passos, decisões e planos de Hampton, de quem tinha se tornado, de forma sincera, um grande amigo. Sua angústia, à medida em que o tempo passa, e a óbvia armadilha montada contra Hampton se desenhava (não é spoiler uma vez que a história é verdadeira, não é…) impacta de forma muito doída no espectador, que se vê preso a uma narrativa que é contada em um ritmo que, se não chega a ser lento, também não é nada acelerado, até o soco no estômago que recebe com o desfecho do filme. Vale muito a pena!

Serviço

“Judas e o Messias Negro” recebeu seis indicações ao Oscar 2021:

- Melhor filme
- Melhor ator coadjuvante (dois indicados – Daniel Kaluuya e Lakeith Stanfield)
- Melhor Roteiro Original
- Melhor Fotografia
- Melhor Canção Original – “Fight For You”



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